A verdade é que não gosto de tradições importadas, mas este ano não resisti e resolvi fazer um jantar de “sábado a 6”, e um almoço de domingo em família dedicado ao Thanksgiving. Porque, nesta minha versão, estas foram refeições para realmente agradecer (ou dar graças) pela família e amigos, por termos uma mesa farta, saúde, trabalho, uma casa confortável, mas, principalmente para agradecer termo-nos uns aos outros e sabermos que temos sempre com quem contar. Porque apesar de tanto a minha vida como a de algumas pessoas que me rodeiam não ser perfeita, temos mesmo assim muitas coisas para agradecer, em vez de passarmos o tempo a queixarmo-nos e a culpar os outros por tudo o que de mal nos acontece. Foi por isso que cá em casa se comemorou o “dia de acção de graças”! E tal como na versão americana, houve peru, molho de frutos silvestres (não encontrei os arandos!) pão de milho (cornbread), puré de batata doce, batatas assadas, couves de bruxelas salteadas entre muitos outros acompanhamentos e uma tarte de abóbora deliciosa. Ah, e claro, houve família, partilha e celebração à volta da mesa.
Ingredientes:
(adaptado de GoodFood, Novembro 2011, pág.10)
750g de abóbora
1 rolo de massa quebrada frescas pronta a usar
140g de açúcar
1 pitada de sal
1/2 colher de chá de noz moscada
1 colher de chá de canela em pó
2 ovos
25g de manteiga
175ml de leite
açúcar em pó para polvilhar
natas batidas em chantily para servir
Preparação:
Coza a abóbora cerca de 15 minutos até ficar macia. Escorra e deixe arrefecer.
Entretanto forre uma tarteira de fundo amovível com a massa quebrada e cubra-a com papel vegetal e encha com feijão seco ou arroz e leve ao forno pré-aquecido a 180ºC durante 15 minutos. Ao fim desse tempo retire o papel vegetal e os pesos (feijão ou o arroz) e deixe cozinhar mais 10 minutos até a base ficou ligeiramente dourada. Retire e deixe arrefecer.
Triture a abóbora escorrida com a varinha mágica . Numa taça misture o açúcar, o sal, a noz moscada e metade da canela. Noutra taça misture os ovos batidos, a manteiga derretida e o leite e junte os ingredientes líquidos à misture de açúcar e envolva bem. Acrescente depois o puré de abóbora e misture bem.
Coloque o recheio de abóbora na base da tarte e cozinhe durante 10 minutos a 220ºC. Reduza depois a temperatura do forno para 180ºC e deixe cozinhar mais 35-40 minutos até o recheio estar firme.
Deixe arrefecer e desenforme depois a tarte. Polvilhe com o açúcar em pó e a restante canela.
Sirva a tarte com natas batidas.
Bom Apetite!
12 respostas
Ideia muito simpática e louvável, agradecer e comemorar com os que nos são queridos.
A aparência da tarte é linda e apetitosa adorei.
Boa semana.
Vânia
Também ou apologista que devemos agradecer as coisas boas e as pessoas boas que temos, apesar de nem tudo ser perfeito.
Não costumo encontrar arandos frescos, mas secos há com abundância nas mercearias que vendem frutas secas, pelo menos aqui na Baixa do Porto.
Esta tarte conquistou-me, vou levar a receita comigo!
Eu também sou um bocado avessa a importar tradições dos outros, quando nem queremos saber das nossas.
Na minha família, embora católicos praticantes, nunca tivemos o hábito de fazer uma pequena oração de agradecimento no início de cada refeição. Mas é um costume que, para além de bonito, é muito importante para nos relembrar a humildade como uma virtude a cultivar. Agradecer pelo que temos torna-nos solidários com os que não têm o mesmo que nós.
Vou ficar com a receita da tarte de abóbora. Talvez a faça para a Consoada.
Bela tarte e uma bela celebração! 🙂
Eu faço esta tarte com açucar amarelo e junto as especiarias cravinho e gengibre em pò.
E asso a abóbora no forno em vez de cozer.
Tens toda a razão – se analisarmos bem, temos imensas coisas pelas quais devemos estar gratos 🙂 Gostei da receita! Bjinhos e boa semana!
Acho que essa tarte está a chamar por mim 🙂
Olá Joana!
Já há muito que aqui passo e já repliquei receitas que são sempre um sucesso como a tarde de maça ou o brownie ..hummm tão bom! Já anadava para comprar o Feito em Casa há algum tempo, e ontem finalmente levei-o para casa. Primeiro pensei que fosse mais um livro de consulta mas cedo me apercebi que não é nada disso. QUando o vi na loja pensei que era giro cada mês ler um capítulo, mas hoje de tarde devorei-o de uma ponta à outra. Muitos parabéns está muito bem conseguido … e não há quem não se identifique com ele. Também estou a atravessar uma situação de desemprego e revi-me em alguns textos mas tb sorri muito e também estou a tentar não desanimar. Muito obrigada por este docinho! Muitos parabéns ps- já arranjou um novo rumo? eu apontava para mais um livro e quiça um programa so seu na TV :))) penso que já deve ter estado mais longe! Muita força ahh e essa tarte está mesmo a pedi-las 🙂
ficou mesmo muito boa e esse creme esta achamar por mim diz que ja la vou ok adorei beijinhos
Joana, adoro ler o seu blog… como centenas e milhares de pessoas. Posso dizer-lhe que transmite o que eu sinto sobre a cozinha, sobre a forma como a aproxima das pessoas que ama, e sobre a forma simples como a comida faz parte do nosso dia-a-dia. E são receitas como estas (mais ou menos sofisticadas, mais ou menos diferentes, e fora da nossa cultura) que me fizeram escrever-lhe hoje.
Porque mais uma vez lhe peço que faça um curso completo de culinária e organização caseira que são e vão ser cada vez mais necessários na nossa sociedade… (está visto que sou de Coimbra e ficava mesmo a jeito!)
Porque (sinceramente) fico um bocadinho invejosa (mesmo que pareça feio – era só porque adorava estar provar e partilhar…) desses jantares de sábado a seis tão deliciosamente rotineiros e cheios de momentos de felicidade e partilha. Os meus parabéns 😉
Bom dia Joana! Parabéns, adoro o seu blog e também o seu livro!!! Gostava de lhe fazer uma pequena questão, onde encontra a revista Good Food? Já procurei e não a consigo encontrar…
Obrigada, boa semana!