Risoto de Camarão com Bacon e Rucula

Faz 6 anos. E ao fim de 6 anos desde que o comecei a desejar tenho hoje o meu filho nos braços. Foi um caminho longo, por vezes difícil, outras vezes mais ligeiro. O tempo fez-me aprender a aceitar as minhas dificuldades e limitações. O tempo fez-me ser mais tolerante em alguns casos e a aceitar muito bem algumas coisas, e a não ter a mínima paciência para uma mão cheia de outras. E sim, falo abertamente da minha (in)fertilidade – sempre falei – porque não há nada pior do que a ignorância. Porque na minha opinião cabe a quem vive este problema “educar” e alertar a sociedade para ele. Respeito que a maioria dos casais ache que este é única e simplesmente um problema do seu foro íntimo, mas não estou de acordo. É também uma questão social: comentários desajustados de quem não sabe o que é a infertilidade; um desconhecimento completo do que é uma fiv, uma icsi, uma iiu; do peso emocional de não se ter um filho que se deseja.

O meu filho foi desejado durante 6 anos. E ao fim de 6 anos está aqui. Um testemunho com um final feliz para dar esperança, força e coragem a todos os que também percorrem este caminho mais tortuoso para um final que se espera feliz. Porque quando o temos nos braços esquecemos tudo e percebemos como tudo vale a pena!

Ingredientes para 2 pessoas:

½ chávena de arroz arbóreo ou outro próprio para risoto

100g de bacon em cubinhos

300g de miolo de camarão

75g de rúcula

1 cebola pequena

2 dentes de alho

2 colheres de sopa de azeite

4 colheres de sopa de parmesão ralado na hora

75ml de espumante ou vinho branco

500ml de caldo de camarão

Sal e pimenta q.b.

Preparação:

Leve um tacho ao lume com o azeite e acrescente o bacon deixando-o fritar. Acrescente depois a cebola e os dentes de alho picados e deixe cozinhar até ficar mole. Junte depois o arroz e envolva bem deixando-o fritar também uns minutos. Acrescente depois o vinho branco e, com o lume no mínimo, vá mexendo até todo o vinho ter sido absorvido.

Junte depois, aos poucos e poucos o caldo de camarão. Junte apenas mais caldo quando o caldo anterior tiver sido absorvido e vá mexendo para o arroz libertar a sua goma. Quando o arroz estiver quase cozido – mas ainda al dente – junte o miolo de camarão e retifique de sal e pimenta, deixando cozinhar até o camarão e o arroz estarem cozinhados. Atenção que o arroz não deve ficar nem muito seco nem demasiado líquido.

Acrescente agora o parmesão e a rúcula e mexa até estar tudo bem incorporado, o arroz cremoso e a rúcula murcha.

Sirva de imediato.

Bom Apetite!

23 respostas

  1. Tenho o mesmo "problema", mas tal como a Joana e se assim for o que o destino me reserva, um dia irei ter o meu filhos nos braços. Muitos parabéns e felicidades.

  2. Parabéns pela coragem, pela persistência, e principalmente pela recompensa do seu esforço, o bebê.
    Nunca usei rùcula no risoto, mas adorei a ideia.
    Beijos

  3. Gostei muito do texto. Realmente, quando os temos nos braços tudo o resto é tão menor e ao mesmo tempo tão mais bonito. Felicidades.

  4. Como eu compreendo! Passei o mesmo tempo e a mesma angústia até que o sonho se tornou realidade. É é sempre uma emoção muito grande quando há outra história como a minha com um FINAL FELIZ!

    Muitas Felicidades

    Maria

  5. Joana, eu estou há 4 anos a lutar contra esta doença… e é tão difícil… mas na maior parte dos dias acredito num final feliz… Fiquei muito feliz quando soube da tua gravidez e depois o nascimento do bebé, cada casal que consegue finalmente o seu bebé, faz-me ter esperança!
    Beijinhos

  6. Parabéns pela coragem e pelo bebé! Estou a passar pelo mesmo há 8 meses e é bom saber que pode haver finais felizes no fim de uma caminhada que se adivinha longa e penosa. Obrigada.

  7. Eu lutei como a Joana e não consegui ter o bebé que sempre sonhei nos meus braços.
    Agora passou tudo para mim e a vida não tem futuro. Há apenas o dia a dia, sem alegria e sem esperança.
    Graças a Deus a Joana conseguiu e recebeu a maior benção desta vida: um filho.
    Dê-lhe um beijo por mim, por favor, pois eu nunca irei beijar um filho ou ouvir a palavra Mãe.

    1. Sigo o blog da Joana há muito tempo. Desde o início. Lembro-me de, sem qualquer motivo fundamentado, porque nunca o expressou aqui, sentir que, para si, algo estava ainda por realizar. Foi com uma alegria inexplicável que li a feliz notícia e tenho vindo, como desde o primeiro dia, a acompanhar o seu blog, que me transmite sempre uma sensação de harmonia e conforto. Também eu passei por todo este processo, conheço de cor a angústia que a espera implica. Também eu, como a leitora que aqui deixou as palavras que me comoveram, não vou ouvir dirigida a mim a palavra mãe. No entanto, queria deixar-lhe aqui uma palavra de alento. Por mais doloroso, são as circunstâncias de cada um de nós. Certamente, tem muito de si para a dar a outras pessoas que a rodeiam. A vida tem que ter futuro, pequenas alegrias, como a partilha da felicidade daqueles que amamos. Um grande beijinho para a para si.

    2. Também lutei anos contra a infertilidade mas tive sorte pois hoje tenho dois filhos que adoro mais dos que tudo na vida.
      Durante muito tempo achei que não ia conseguir vencer esta batalha e mentalizei-me para um dia ter que render e desistir de continuar a fazer tratamentos (fiz 6 FIV)
      Penso no entanto que ser mãe não é só ter é criar com amor e por isso nunca pus de parte a hipóstese de adoptar. Bem sei que o precesso é lento e desesperante mas há tantas crianças no mundo à procura de uma Mãe…
      Há alternativas.

  8. Dos sentimentos piores que se pode ter na vida será certamente a frustração de querer ser pai e não poder. Nem imagino o sofrimento que cause, a angústia… felizmente, há finais felizes! 🙂

  9. Joana: um filho é uma benção divina! Eu tive 2 muito desejados, muito amados. Hoje porém, a idade deles vai andando e estou muito desgostosa de não ter netos. Até aqui, tenho-me resignado, mas começo a desesperar… Gosto tanto de crianças… Vamos ver se Deus considera que eu mereço ser avó.
    Para si, desejo que o seu filho sorria para a vida e lhe traga muita luz e amor.
    IsabelM

  10. Boa noite Joana! Podia só dizer-me quanto tempo demora +- o risoto a ficar cozido? Tenho sempre essa duvida! Obrigada por ambas as partilhas

  11. Olá Joana, compreendo bem essas palavras. Sigo o seu blog há uns anos e quando li que ia ser mamã, fiquei muito feliz. Também eu, como tantas outras pessoas, passei por isso, foi um caminho mais curto, mas cheio de inseguranças e alguns desapontamentos.
    Hoje tenho um menino lindo, super reguila e muito amoroso, que é a nossa felicidade. Temos que acreditar que é possível e que um dia Deus vai-nos realizar este sonho!
    Beijinhos e tudo de bom para os três!

  12. Olá Joana,antes de mais para béns pelo Zé Maria. Também eu ao fim de 6 anos vi recompensada a minha espera…e logo a dobrar. Foi um caminho lento e sinuoso, uns dias a chorar outros a rir mas felizmente hoje tenho 2 filhotes lindos( um casal) que vieram ao mundo precisamente no dia do Pai. Há lá melhor maneira de festejar o 1º dia do Pai do que com o nascimento dos 2 filhotes?!!!
    Felicidades para toda a sua família e eu vou continuando por aqui a tirar umas ideias para as refeições lá de casa!
    Beijinhos e tudo de bom
    Filipa, Lisboa

  13. Sempre que preciso de levantar o meu ânimo venho aqui ler este e outros textos que tens sobre o assunto. Hoje foi um desses dias… Obrigada Joana por partilhares, por me fazeres sentir que apesar de hoje estar um trapo, também eu um dia vou ter o meu final feliz.
    Um beijinho,
    Cláudia

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