O ano que passou, foi um ano de algumas mudanças a nível alimentar aqui em casa, muito por causa do meu pequeno rapazinho ter passado a comer. E isto não quer dizer que já não se tivessem alguns cuidados cá em casa, mas em alguns outros aspectos passei a ganhar uma outra consciência em relação a alguns alimentos.
O ano que passou foi o ano em que passei quase em definitivo a comprar fruta e legumes no mercado biológico – ou a trazê-los da minha horta, mas principalmente a deixar de comprar aqueles legumes e frutas muito bonitos mas sem sabor e normalizados do supermercado. E ao mesmo tempo que fiz isso levou-me invariavelmente a comprar mais fruta e legumes de época em vez de comprar quase sempre as mesmas coisas.
Por opção, passei a beber apenas leite do dia em vez de leite UHT, e a diminuir o consumo de peixes de aquacultura, nomeadamente o salmão muito rosadinho por causa dos corantes que lhe colocam na ração.
Tento comprar, sempre que possível carne nacional, e passei a inovar mais nas minhas refeições vegetarianas que continuo a fazer mais ou menos 1 vez por semana.
Se já comprava poucas coisas pré-feitas e muito processadas passei a comprar ainda menos. E a dar mais atenção aos rótulos e a comprar o mínimo possível de coisas com ingredientes que “a minha avó não teria na cozinha dela”.
Tenho ainda a sorte de praticamente só consumir ovos e frangos caseiros, que consigo comprar a pequenos “produtores”.
Com isto percebi que não gasto mais dinheiro com estas escolhas alimentares, do que gastava antes de fazer estas alterações, como muitas pessoas possam pensar. Mas faço escolhas. Na ementa da semana equilibro uma refeição de carne ou peixe que pode ser um pouco mais cara com outra vegetariana ou com ovos ou de massa. E faço a escolha de preferir fazer os meus próprios hamburguers ou almôndegas em vez de comprar a versão já pronta. E fazer eu mesma, além de saber o que levam, ficam sempre mais em conta.
A questão alimentar, as nossas escolhas e o quanto cada família gasta em alimentação será sempre uma questão um pouco polémica. Muitos porque não têm orçamento para escolhas. Outros porque não têm “tempo” e outros porque moram em sítios com poucas opções.
É obvio que cada família faz as escolhas que pode, dentro do seu orçamento, dos seus gostos, do que tem à disposição e do seu tempo disponível.
Com isto quero dar apenas um testemunho de que pequenas mudanças nos nossos hábitos alimentares e de consumo fazem de nós consumidores mais exigentes. E se formos mais exigentes teremos melhores produtos à venda disponíveis para todos.
Ingredientes:
200g de miolo de camarão (calibre 60/80)
1 pimento verde
1 cebola
10 cogumelos
1 courgete pequena
2 dentes de alho
1 pedacinho de gengibre com cerca de 2cm
1 malagueta (mais ou menos a gosto!)
azeite q.b.
sal e pimenta q.b.
Preparação:
Pique os dentes de alho e o gengibre.
Descasque a cebola corte-a em meias luas, Corte o pimento em tiras, lamine os cogumelos e use um descascados de legumes para cortar a curgete em tiras finas.
Leve uma frigideira grande ao lume com um pouco de azeite e deixe aquecer um pouco. Junte a cebola, os alhos e o gengibre picado e deixe alourar um pouco. Acrescente depois os cogumelos e as tiras de pimento e tempere com um pouco de sal, pimenta e com a malagueta previamente picada. Deixe saltear uns minutos e acrescente o miolo de camarão envolvendo bem e deixando também saltear mais uns minutos.
Quando estiver tudo pronto, junte as tiras de curgete e envolva bem. (Como são muito finas acabam por cozinhar apenas com o calor residual do salteado). Retifique de sal e pimenta e retire do lume.
Sirva com arroz branco soltinho ou com noodles ou espaguete.
Bom Apetite!
22 respostas
Maravilha, este prato!
Obrigada Andreia.
Um beijinho,
Joana
que maravilha! tenho de fazer 😀
Paulinha
Paulinha,
Experimente que fica muito bom.
Um beijinho,
Joana
Cá em casa este ano também será dedicado a melhorar a alimentação!
Adorei a receita, vou sem dúvida experimentar!
Beijinho
Cris
Cris,
Acho que melhorar a nossa alimentação e sermos mais conscientes com o que comemos é sempre um bom incentivo de mudança.
Um beijinho,
Joana
Com uma alimentação mais saudável, poupa-se mais tarde no médico. Esta receita desperta o meu palato mais exótico. Obrigada pela partilha!
Miss Smile,
Nem é tanto e só a preocupação com a saúde, mas até de consciência ambiental e de consumo!
Um beijinho,
Joana
Uma receita com um toque exótico. A questão da alimentação vai dar sempre dar discussão, por vários motivos, seja pela disponibilidade e proximidade (ou falta dela) de produtos biológicos, o factor monetário (quando há muitas famílias com orçamentos muito contidos para a alimentação), entre outros. Apesar de ter um orçamento um pouco contido para todas as despesas, opto por frutos/legumes da época comprados numa frutaria que vende a fruta "mais feia", legumes e frutas biológicas são difíceis de encontrar na zona onde moro, costumo ir a um talho que vende carne portuguesa, os ovos e frangos caseiros são raros, e o peixe infelizmente é pago a peso de ouro na praça. Mas mesmo assim, opto por fazer a comida de raiz em casa, desde os hambúrgueres a bolos/bolachas/compotas. Esta questão é válida e devíamos dedicar um pouco da nossa atenção a ela, seja para mudar os hábitos ou tentar melhorar o que comemos. Um grande beijinho, Sara Oliveira
Sara,
Mas é mesmo essa a minha opinião! Dedicar um pouco de tento a melhorar os nossos hábitos alimentares, de acordo com as nossas possibilidades é uma enorme mais valia.
Eu também gosto de fazer as coisas de raíz em casa. O pão, os hamburgues, os bolos, bolachas, iogurtes…. raramente compro produtos processados. E "luto" imenso nessa questão!
Um beijinho,
Joana
Escolhas informadas e ponderadas 🙂 O ser ou não mais caro será sempre o argumento de quem não quer tentar alterar os seus hábitos. Falo por mim que reduzi substancialmente o meu consumo de carne e não denoto alterações brutais no meu orçamento. No fim de tudo, quem ganha somos nós.
Uma óptima receita
Ovelha Negra,
No fundo, somos fruto das escolhas – conscientes ou não – que fazemos. E quando se está a educar uma criança pequena para a alimentação, como é o meu caso, isso ganha ainda mais sentido.
Um beijinho,
Joana
Olá Joana, eu tenho a sorte de viver a uma distância de uma viagem de 5 minutos de um mercado biológico que se realiza ao sábado de manhã, e há cerca de 10 anos que o frequento. Também não noto grande diferença ao nível do orçamento por comprar, todas as semanas, legumes e frutas de agricultura biológica. Noto, sim, que nos super e hipermercados o preço destes produtos é muito superior. Assim, só posso concluir que no mercado biológico os preços são mais razoáveis porque compramos directamente ao produtor, sem que haja intermediários no processo comercial que não acrescentam nada ao produto, a não ser aumentar-lhe o preço. Por isso a minha escolha continua a ser a de comprar estes produtos no mercado, directamente aos produtores, em vez dos supermercados.
Na minha opinião, a grande diferença que se sente quando se consomem produtos biológicos é mesmo o sabor, e, em alguns casos, a textura. É tão diferente fazer um creme de cenoura com cenouras bio! A sopa fica com uma cor mais rica, uma textura mais aveludada, e um sabor incrível, além do cheirinho que perfuma a casa enquanto cozem. Vale mesmo a pena deslocar-me ao mercado, propositadamente, todas as semanas!
Em 2013 também tive uma horta, que plantei no quintal de casa da minha mãe. Em 2014, por razões profissionais, não pude dar continuidade ao projecto, mas retomá-lo é um dos meus objectivos para 2015.
Bom Ano!
Sunflower,
O sabor de produtos biológicos, não normalizados, é realmente o sabor. Porque quem come uma cenoura biológica, ou morangos biológicos dificilmente consegue voltar a comer um daqueles morangos sem sabor que vendem nos supermercados, ou uma daquelas cenouras grandes e bonitas mas que não sabem a grande coisa.
E depois ter uma horta nossa, e comer cenouras e couves e tomates semeados, tratados e colhidos por nós…. tem outro sabor! No dia em que colhi as minhas primeiras cenouras não cabia em mim de contente.
Um beijinho,
Joana
Fui diminuindo gradualmente o consumo de carne e hoje em dia, como carne quando muito três vezes por semana. Não lhe sinto grande falta, além de que me dou muito melhor com refeições de peixe e/ou vegetarianas. Também passei a consumir farinhas, arroz, pão e massas integrais, e aumentei as leguminosas em detrimento da batata. Foi remédio santo para não ter tanta fome ao longo do dia, porque esses alimentos têm uma digestão mais lenta. Quinoa, lentilhas e batata doce entraram definitvamente na minha ementa semanal. Bani os fritos da minha cozinha.
Agora estou a ver se consigo substituir o açúcar por stevia (não me aconselham mais nenhum adoçante); adoço o iogurte ou as papas de aveia matinais com mel… Só como iogurte natural magro não açucarado (de preferência biológico). Não quero tornar-me nenhuma 'fundamentalista', porque acho que devemos comer de tudo, mas quero alimentar-me de forma mais consciente e tentar não agredir o corpo com excessos. Ainda não me organizei para comprar os legumes e a fruta em mercados biológicos, mas tento, mesmo no supermercado, comprar produtos da época e de produção nacional. Tenho um Jumbo muito perto de casa e considero que a oferta de produtos alternativos,biológicos, integrais e dietéticos é excelente, com uma boa relação qualidade/preço.
Bom Ano!
Marta
Marta,
Tentar comer melhor, de uma forma mais equilibrada, com produtos de melhor qualidade é uma opção que, pessoalmente, acho que compensa a longo prazo. Também não me considero fundamentalista, mas há coisas para as quais acho que as pessoas deviam estar muito mais informadas e conscientes, como é o caso dos produtos processados e da falta de qualidade nutricional da maior parte deles.
No fundo temos de estar informados para fazermos melhores escolhas.
Um beijinho,
Joana
optima sugestão!
Beijinhos,
http://sudelicia.blogspot.pt/
Susana,
Obrigada.
Um beijinho,
Joana
Adorei a sugestão!!
Parabéns!!
Beijinho*
Filipa,
Experimente!
Um beijinho,
Joana
Experimentei no fim de semana e adorei!
como sobrou um pouco, no Domingo á noite coloquei umas fatias de pão no forno com azeite e orégãos e depois "cobri" com um pouco de salteado e orégãos e mais um cheirinho de forno….
Ui que maravilha!
Ana Tavares
Ana,
é sempre bom inventarmos novas coisas com os restinhos que temos em casa.
Ainda bem que gostou.
Um beijinho,
Joana