Madalenas com Aroma de Clementina


Não tem sido fácil. O Zé Maria que sempre foi autónomo no sono, e nunca nos fez perder noites, nem quando era recém nascido, está agora numa fase péssima. Não sei se faz parte do crescimento normal dele, se é uma manifestação de ciúmes, ou se é tudo junto, associado ao facto de neste momento andar cheia de coisas para fazer e não lhe dar tanta atenção como está habituado. O que é certo é que agora é uma luta diária ir para a cama e temos sido acordados a meio da noite, entre berros e choro. Acorda ele e a casa toda. E o António, que também dorme bem, acaba a ser acordado com os gritos e o choro inconsolável do irmão mais velho. Faz parte, mas não é por isso nos sentimos melhor…

No meio das noites não tão bem dormidas, da dificuldade de voltar a adormecer, e do cansaço acumulado acorda-se com a sensação de que é preciso algo para animar o corpo e a mente.

Enquanto eles ainda dormem, vai-se para a cozinha, fecha-se e porta e preparam-se umas madalenas que como ainda mornas com uma chávena de café para ver se tenho um melhor acordar e consigo levar o dia a bom porto. Assim, em silêncio, enquanto a casa é toda minha e antes de eles acordarem e começar a animação diária de fraldas, leite, pão torrado, histórias e desenhos animados, carrinhos na pista e choro e birras.

Ninguém disse que esta coisa de ser mãe era fácil. E que ter duas crianças pequenas era simples. Ninguém nos avisa que há dias em que nos apetece fechar na casa de banho e deixa-los a chorar do lado de fora. Mas depois passa. Muito rapidamente passa. Tão depressa como passam as birras do Zé. E qualquer dia eu sei que vou sentir falta das birras e do choro dos meus bebés.

Valem as madalenas já frias para fazer uma pausa…


Entretanto vai haver um novo workshop no Porto. Já este sábado, dia 5, pelas 15h, um workshop de “Iguarias para uma mesa de Natal Diferente”: desde as entradas, aos pratos principais, passando pelos doces. As inscrições e mais informações para info@workshops-popup.com



Ingredientes para 8 Madalenas: 


50g de manteiga derretida

1/2 chávena de farinha sem fermento (chávena com 220ml de capacidade)

1 pitada de sal

1 ovo

50g de açúcar

raspa da casca de 1 clementina

1 colher de chá de pasta ou extrato de baunilha


Preparação:


Ligue o forno a 200ºC.

Unte as formas de madalenas e polvilhe com farinha.

Bata o ovo com o açúcar até ficarem esbranquiçados. Junte a baunilha, a raspa da clementina e o sal.

Aos poucos e poucos adicione a farinha envolvendo suavemente. Incorpore a manteiga.

Coloque 1 colher de massa em cada forma de madalena com cuidado para não encher em demasia.

Leve a assar durante 5 minutos. Reduza depois o forno para 180ºC e deixe cozinhar mais 8 a 10 minutos até ficarem douradas.

Deixe arrefecer um pouco e retire as madalenas das formas.

Sirva mornas com um chá ou café quente.


Bom Apetite!

20 respostas

  1. Uma sugestão bem perfumada e que ficam bem num cabaz de Natal!. As crianças não vêm com manual de instruções, e cada uma é diferente. É normal, em qualquer altura, haver mudanças no comportamento (sejam as mudanças no sono, as birras, os "ciúmes", etc), mas faz parte do crescimento, e leva tempo a voltar ao normal. Faz parte do crescimento, e da adaptação a novas situações. Um bom fim de semana e um grande beijinho, Sara Oliveira

  2. Bom dia Joana,

    Vai daqui um abraço apertado de uma mãe que já não sabe o que é dormir uma noite inteira há cinco anos…e sim, ás vezes, dá vontade de nos fecharmos na casa de banho:) Mas, no fim e no fundo, o amor pelos nossos filhos consegue ser mais forte do que o cansaço!
    Quanto às madalenas, as suas ficaram lindas e deviam estar deliciosas; vou tentar a minha sorte nesta receita este fim de semana.

    Um beijinho, Raquel

  3. Olá Joana!

    As minhas filhas, que são gémeas, nunca me deram noitadas, mas também é certo que nunca souberam o que é ter um irmão pequeno, isso devem ser ciumezitos 🙂
    Um bocadinho de paciência e vai ver que tudo passa!

    Lindas madalenas 😉

    Beijinhos!

  4. Pois é Joana que bela sugestão e como a compreendo. Por aqui são 3 anos de noites interrompidas. Só quem passa consegue entender a sensação de cansaço extremo e tudo o que a privação de sono nos trás! Chorar de desespero sim…quantas vezes! Mas fazia tudo de novo 🙂 Beijinhos e força para nunca deixar morrer este belo projeto que é o seu blogue!

  5. Olá Joana!
    Já há algum tempo que acompanho o seu blog, sempre com sugestões interessantes. Mas só hoje escrevo um comentário. Também sou mãe, ainda só de uma menina de 2 anos e conheço essas noites de choro. Creio que são fases que as crianças passam (fases de aprendizagem / crescimento). A minha chega a acordar, a meio da noite, a falar sobre alguma coisa que passou durante o dia. Dura umas 3 / 4 ou 5 noites depois abranda ou para. Para nós é difícil, mas eles nem se lembram ou sequer os perturba. Resta-nos ter paciência.
    Quanto a avisarem-nos sobre estas situações… até nos dizem, mas parece tudo um pouco surreal. A minha obstetra perguntou-me uma vez se já tinha a família preparada para ajudar quando a criança nascesse. Como a minha mãe e sogra já faleceram e uma vez que vivemos um pouco afastados das nossas origens, não tivemos qualquer tipo de apoio. Ao que a médica respondeu que eu deveria preparar-me porque há momentos em nos apetece "atirar a criança pela janela" – palavras dela. Na altura que ouvi isto, achei divertido e um pouco exagerado… nas horas de maior desespero lembro-me sempre destas palavras e, de certo modo, ajudam-me a baixar os níveis de stress. Enfim, estas coisas só nos deixam mais fortes.

    Um grande beijinho e muita paciência!

    1. Grande obstetra essa! Concordo com a Joana quando diz que ninguém avisa. E, também por isso, adorei a honestidade deste post. Só tenho um, mas há noites em que é preciso ter muita paciência… Ser mãe é tudo menos fácil.

  6. A Joana desculpe o que eu vou dizer, mas eu que não cheguei a ser Mãe – tive um bebé morto – se estivesse no seu lugar não me preocupava com cabazes e workshops, porque para isso haverá sempre tempo e oportunidades no futuro, mas as crianças só são crianças uma vez e o tempo passa a correr.
    Aproveitava o mais possível o primeiro Natal do António, o primeiro Natal do Zé Maria como irmão, e tirava o maior partido de poder estar com eles, pois um filho é a maior bênção que se recebe na vida.
    O que eu não dava por ter noites mal dormidas, choros e birras, em vez da lembrança de uma criança morta.
    Beijinhos e desculpe.

  7. Tanto trabalho para alegrar família e amigos quando no fim são as crianças que saem prejudicadas… enfim… é a sociedade que temos…
    Depois compensam, não é? Com presentes, em vez de atenção, tempo e amor.

    1. Há pessoas mesmo más e ressabiadas! O que é que fazer os amigos e família felizes impede de dar atenção e amor aos filhos? A própria Joana já explicou como organiza o dia-a-dia com os dois. Pior são as que deixam os filhos nos infantários até às tantas para "descansarem" e passearem…

    2. Juro que não percebo o seu comentário.
      Os meus filhos saem prejudicados porquê? Porque faças uns cabazes de natal para oferecer aos amigos e família, normalmente à noite ou durante as sestas deles?
      Eu passo todo o dia com os meus filhos. Praticamente todos os dias, com excepção de quando vão a casa dos avós que também gostam de os ver. Brinco com eles, conto-lhes histórias, vou ao parque e ao jardim. Dedico-lhes quase toda a minha atenção enquanto estão acordados.
      Sim, o Zé anda a dormir mal. Sim é uma fase, e são ciúmes do mano mais novo e sim, nos últimos dias tenho-lhe dado um pouco menos de atenção.
      Sabe caro anónimo, Workshops é trabalho. Escrever aqui diariamente e publicar livros também é trabalho. Tal como estar aqui a responder-lhe.
      A diferença é que pode ser um trabalho diferente. E exige que o faço muitas vezes com os meus filhos em casa. E como gosto de me dedicar a eles o mais possível, muitas vezes esse trabalho é feito pela noite dentro enqaunto eles dormem.
      E depois acordo à mesma hora para me dedicar a eles. Porque tenho um enorme privilégio de os poder ter comigo e de não estarem, para já numa creche ou infantário. Mas acredite que me sai do pêlo.
      Quanto a compensar com presentes, também está redondamente enganado. Compenso-os todos os dias com beijinhos e abraços, histórias e brincadeiras, ainda que em alguns dias um bocadinho menos (já lhe disse que também tenho contas para pagar?)
      Se há quem possa usufruir dos filhos, de tempo com os filhos e de os aproveitar ao máximo sou eu.
      Mas o que eu não consigo perceber é onde é que foi buscar a ideia do seu comentário completamente desenquadrado do meu quadro familiar e da minha família.

      Att, Joana Roque

    3. Responder-me é trabalho? Fez os devidos descontos para a segurança social?
      E quanto ao meu comentário… não, não estava a comentar a sua família… não vos conheço. Mas sim estava a comentar a loucura em que as pessoas estão nesta fase do ano… Para quê? Para um dia ou dois que passam a correr. Se se desse mais atenção à família e amigos o ano todo, nada disto era necessário… é só isso.

    4. Anónimo:
      (Pago segurança social: quase 30% sobre tudo o que ganho. E IRS também.)
      Da maneira como "escreveu" senti como um "ataque". Peço desculpa se entendi mal…
      E sim, muitas pessoas podem ficar loucas nesta altura. E realmente muitos de nós deviam aprender a dar mais atenção aos amigos e família durante todo o ano e não apenas no natal…Eu sou das que dá atenção todo o ano. Mas quando chega ao natal…. também fico um bocadinho louca, pois adoro esta altura do ano.
      Desculpe então o mal entendido.

      Att,
      Joana

  8. Olá Joana,
    sei tão bem o que é isso, dormir mal, as birras e chamadas de atenção da mais velha, chorar e pensar quando é que esta fase passa, não ter ao pé de mim nem mãe nem sogra para me apoiar. Custou muito e a mim ninguém me avisou que ia ser tão esgotante mas… que delícia quando a bebé olhava para a mana e se ria por nada. A ligação entre irmãos é deliciosa, vai ver. E agora com elas já crescidas penso que tudo valeu a pena. E prometi-lhes, ainda ao meu colo, que se por cá estiver, vou estar junto delas quando for a vez de serem mães. (Como é que nunca me lembrei de ir para a cozinha fazer um miminho?)
    Beijinhos, força e a minha admiração por continuar as suas partilhas mesmo com dois filhotes pequenos. Acredite que não é para todas…
    Ana Martins

  9. Olá Joana.
    Nunca comentei neste seu blog mas este post indentifiquei me consigo. Sou mae de uma menina de 3 anos e a minha menina também nunca deu problemas a dormir. Mas com ano e meio depois das ferias (Setembro) começou a ter dificuldades em adormecer e quando finalmente adormecia acordava a meio da noite a chorar e nada a consolava. Durante mes e meio andei nisto e ela não se queixava de nada. Até que resolvi leva la ao medico. Resultado a menina fazia otites que so se manifestavam durante a noite.. sem febres dores ( as dores pelos vistos só davam a noite, durante o dia é como se nada fosse), a pediatra pediu para eu ir ao otorino com ela, fui em novembro com ela o medico depois de ter feito os rx ao nariz e exame aos ouvidos detetou que os adenoides estavam aumentados e era isso que estava a provocar as otites. Recomendou operação urgente pois as otites estavam a afectar a audição da menina e em janeiro com dois anos acabados de fazer foi operada. Foi remedio santo para o caso dela. Nunca mais me deu uma noite mal dormida nem tive dificuldades em deita-la. Não estou a dizer que possa ser esse o seu caso, mas vale a pena manter nos atentos a esses factores e leva los ao medico para despistar esses casos.

  10. Olá Joana! A minha irmã mostrou-me o seu blog e eu comecei a adorá-lo. Não cozinho muito, mas admito que ele me dá a vontade de o fazer. E esta receita é uma das que me chama. Só tenho uma dúvida: não tenho formas de Madalenas, somente de queques. Posso usar na mesma? E, nesse caso, ponho uma colher também?
    Obrigada e beijinhos
    Boa sorte com o blog e um feliz natal
    Catarina Palhinha

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