Leite de Aveia e um “Iogurte” de aveia e fruta para o António

Já falei aqui vezes suficientes acerca da alimentação dos meus filhos e das escolhas que fiz. O facto de evitar ao máximo alimentos processados e principalmente de retardar ao máximo a entrada do açúcar na alimentação do Zé Maria. O Zé tem agora quase 3 anos. Continua sem saber o que são guloseimas: chocolate, gomas, chupas, bolachas recheadas, gelatinas, pipocas, bolo de pastelaria, cereais de pequeno almoço. Mas já comeu bolo caseiro, feito pela mãe e bolacha tipo maria oferecida pela prima Teresa, e come panquecas ou gelados de fruta que eu faço e sem adição de açúcar a não ser o natural da fruta ou dos alimentos utilizados. Porque há muitas boas alternativas! Sempre disse que não era uma questão de fundamentalismo, mas sim de introduzir o mais tarde possível o açúcar para que o leque alimentar fosse diferente e mais diversificado. Vai agora para o Jardim de Infância e sei vou deixar de controlar tudo. Faz parte. 

Entretanto estamos na fase de diversificação alimentar do António, já com quase 11 meses. Claro que nunca lhe dei papa açucarada – dou de preferência para feita em casa com aveia, farinha de espelta, arroz, milho, trigo sarraceno ou centeio, juntamente com fruta para adoçar, umas raspinhas de limão ou canela e o leite dele. Em algumas ocasiões em que fazer a papa ao fogão é impossível, há boas opções no mercado de papas sem adição de açúcar: sou fã da Holle (e entretanto descobri outra marca semelhante a ninolac), que além de não ter adição de açúcar é biológica. É mais cara, mas é de uso ocasional, portanto não me faz grande diferença.

Mas agora está calor, e tenho-lhe dado em alternativa à papa do lanche da tarde uma espécie de iogurte. Eu sei que há pais que introduzem o iogurte antes dos 12 meses. No nosso caso, e em conformidade com o pediatra, os laticínios como o iogurte e o queijo só são introduzidos com 12 meses, e o leite de vaca “normal” com 2 anos. Sendo assim, como ainda não damos iogurtes – e sempre naturais – tentei arranjar uma “alternativa”. Lembrei-me de leite de aveia, uma vez que é um alimento que já tinha introduzido e das “overnight oats”, e tentei arranjar uma alternativa e que lhe pudesse dar uma alternativa à papa. Tenho feito nos últimos meses, e ele tem gostado bastante, pelo que deixo a receita, não só para quem queira introduzir nos miúdos, mas também por todos aqueles que são, infelizmente, intolerantes ou se sentem desconfortáveis com os laticínios.

Mesmo que não façam os “iogurtes” de aveia, a bebida de aveia é bastante agradável em alternativa ao leite para batidos, smothies ou até com café. Pessoalmente gosto de preparar as papas de aveia com este “leite”, pois ficam ainda mais cremosas. Claro que se não gostam de aveia não vão gostar muito desta bebida. Sabe a aveia!!


Ingredientes para o “leite” de Aveia:


125g de flocos de aveia (de preferência biológicos)

750 ml de água


Para 1 “iogurte” de aveia e Fruta:


50ml de leite de aveia

1 peça de fruta (pêssego, banana, alperces, maçã ralada….)

2 colheres de sopa de farinha de aveia  (flocos de aveia triturados)


Preparação:


Para o leite de aveia. Coloque os flocos de aveia numa taça e acrescente o dobro de quantidade de água. Deixe ficar de molho cerca de 8 horas, ou de um dia para o outro. 

Ao fim desse tempo escorra os flocos de aveia e passe-os por água limpa. Acrescente os 750ml de água e triture no robot de cozinha ou com a ajuda de uma varinha mágica.

Deixe depois a escorrer num passador forrado com gaze até obter um “leite” pastoso, espremendo bem. Guarde numa garrafa no frigorífico onde aguenta cerca de 3 dias.


Para os “iogurtes”, coloque a fruta descascada e o leite e triture bem. Acrescente a farinha de aveia (se quiser poderá juntar raspa de limão ou até canela em pó) e misture bem. Coloque num frasco de vidro esterilizado ou num copo e deixe ficar de repouso durante a noite. No dia seguinte está pronto a comer. Não dá para fazer para vários dias. Normalmente faço à noite para o dia a seguir – como se fossem “overnight oats”.


Bom Apetite!

12 respostas

  1. Uma boa ideia para as crianças e não só! É sempre uma alternativa aos leites de compra, que muitas vezes contêm açúcar. Além disso, é uma forma de variar a nossa alimentação.
    O "iogurte" de aveia lembra uma papa de trigo sarraceno, feita em crú que vi num livro, e acho que vou experimentar, pois é uma boa ideia para um pequeno-almoço ou lanche, e uma forma de variar o iogurte natural.
    Estou a aventurar-me nos leites vegetais, já tenho feito alguns (aveia, sésamo, sementes de girassol e amêndoa/avelã) , e comecei a apanhar o jeito. Também, estou a aprender a aproveitar os resíduos/"polpa", e já fiz umas bolachas (uma doces e outras salgadas), que até sairam bastante bem, embora precise de ajustar alguns elementos por causa do grau de humidade do resíduo.
    O meu agradecimento pela partilha destas sugestões, pois são úteis para os leitores.
    Um grande beijinho, Sara Oliveira

  2. Com a Isabel, começámos a diversificação alimentar aos seis meses, sem sopas nem papas, em modo Baby Led Weaning.
    Para além de não oferecermos comida processada e refinada aos bebés, considero que também é importante estimularmos a mastigação, a diferenciação de sabores e textura e dar-lhes opção de escolha e de não comerem mais quando estão saciados, sem que a hora da refeição seja uma luta ou uma arena de distrações. No fundo, se ensinamos os nossos bebés a andar, a falar, a socializar, é também importante que os ensinemos a comer. E eles são capazes de muito mais do que o que está enraizado na nossa cultura de vida-rápida. No que diz respeito à alimentação dos bebés, há tantos dogmas instalados que se seguem apenas porque sim e que ninguém questiona.
    Isto tudo para deixar uma outra alternativa:
    Embora ao lanche a Isabel coma fruta em pedaços, panquecas e "bolinhos" caseiros sem adição de açúcar, também lhe vamos dando algumas coisas à colher, mas sempre com textura. De preparação muito simples e que não requer fogão, ela gosta muito de cereais puff (quinoa, arroz, espelta, trigo…, sem açúcar) apenas rapidamente amolecidos em água e misturados com fruta picada (como se fosse cebola picada. Prepara-se num instante e é super saudável. Às vezes tb misturo 1 c.sopa de iogurte caseiro, feito com leite de vaca gordo biológico, mas como ela ainda mama, não vejo muito interesse em dar lacticínios nesta fase.
    Desde os 6 meses que a Isabel pega na comida pela mão dela, leva à boca, mastiga e engole. é um processo de aprendizagem como qualquer outro e nota-se uma evolução enorme com a passagem dos meses, dá gosto vê-la comer. 🙂
    Um beijinho, Joana, e bons petiscos para os teus meninos, que são uns sortudos por terem tanta comidinha boa preparada com amor.

  3. Uma boa ideia para as crianças e não só!
    Fiquei curiosa com o "iogurte" de aveia, pois é uma forma de variar o iogurte natural, e uma boa opção para o lanche de miúdos e graúdos.
    Estou a experimentar fazer os leites vegetais em casa (amêndoa/velã, sementes de girassol, sésamo, aveia e arroz), e começo a apanhar o jeito. É uma forma de trazer variedade à nossa alimentação, e uma forma de contornar os "leites" à venda no mercado que contêm açúcar. Também, estou a aprender a usar o resíduo/"polpa" resultante, e já usei numas bolachas doces (amêndoa/avelã) e bolachas salgadas (sementes de girassol), e os resultados foram muito satisfatórios, só tendo que ajustar alguns elementos por causa do grau de humidade do resíduo.
    Estas ideias são sempre bem vindas, pois permitem variedade na alimentação.
    Um grande beijinho, Sara Oliveira

    1. PS: comentário feito em duplicado. Aparentemente o inicial tinha ficado gravado, mas não estava visível. Bem…"não há fome que não dê fartura"! Peço desculpa a todos, pela duplicação do comentário. Sara Oliveira

  4. Olá Joana, mais uma excelente ideia para os lanches dos mais pequenos (não só). Também tenho um A. cá em casa que em breve vai começar com as papas. Estava a pensar começar com a farinha de arroz (feita em casa no robot de cozinha) e gostava da sua opinião… devo ou não juntar uma peça de fruta? Para dar mais sabor… Mas tendo em conta que será a 1ª papa…
    Já pensou fazer um livro dedicado aos bebés? 🙂
    Obrigada pelas dicas, sugestões e carinho com que nos mostra estas coisas!

  5. Não tendo filhos, mas vivendo de perto o nascimento/crescimento de bebés/crianças de amigas minhas, tb fico desolada ao ver o q se dá às crianças ainda tão novas! E admire-te muito, Joana, por tentares contornar isso e ir contra o q está 'estipulado' na sociedade ocidental no q toca à alimentação infantil. Como dizes, agora o Zé Maria indo p a pré, ñ vais podes estar a controlar tudo, mas a educação alimentar q lhe deste até agora é de louvar e de cert q servirá p ele perceber o ele come ou não em comparação c os outros. Se tiver filhos, quero tentar ser assim! Já 'levo' na cabeça por algumas escolhas alimentares q faço e tenho a cert q com os bebés é ainda pior! Por isso, tenho q ficar de boca fechada ao ver certas coisas à mh volta, pq é certo e sabido q lá vem a boca 'está calada pq ñ és mãe!' Pois não sou, mas trabalho com crianças e vejo a 'porcaria' q elas metem p dentro da boca e dps admiram-se de terem problemas de saúde, de sono, de rendimento escolar… Enfim… Força a todas as mães (e não só) q fazem escolhas saudáveis e lutam por levar essa decisão para a frente! Bjinhos e bom fds/boas férias.

  6. Olá Joana! Sigo o seu blog há anos e há receitas suas que são um clássico cá por casa…! Agora estou muito atenta às receitas para os seus meninos. A alimentação da minha neta é agora a minha 1ª preocupação. Gostava de lhe sugerir que reunisse numa rubrica à parte todas as receitas de papas, sopas…etc. Era muito mais fácil de consultar. Beijinhos e parabéns pelo excelente trabalho.

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