Pão Bio de Trigo e Espelta

Há muito tempo que faço pão em casa. Seja porque a maior parte do pão de supermercado e até da maioria das padarias está cheio de ingredientes estranhos ao pão – além das farinhas, fermento, água e sal – seja pelo simples mas enorme prazer de fazer determinadas coisa de raiz. E fazer pão torna-se um prazer.

As minhas aventuras com massa mãe ainda não foram bem sucedidas, essencialmente porque ainda não tive oportunidade de me dedicar a isso a 100%, mas não é por isso que falta pão caseiro aqui por casa.

A receita que me tornou padeira quase todas as semanas – sem ter voltado a pegar na minha máquina de pão que está quase à três anos, desde que mudamos de casa, ainda na caixa, foi a receita do “Pão da Titá”, que podem encontrar aqui no blogue, e já com algumas ligeiras adaptações no meu livro “Família e Amigos à Mesa”. Basicamente a receita consiste em 500g de farinhas, sal, 420ml de água (apesar de às vezes, consoante a farinha poder colocar mais água) e 7g de levedura seca. Misturar (misturar não é amassar, e portanto não precisamos da máquina de pão para nada), levedar entre 1 hora a 12 ou mais horas – quanto mais tempo levedar melhor – e depois cozer em forno quente num tacho de barro ou pirex tapado com tampa – e este ponto, da tampa, é muito importante pois permite que o pão fique com uma deliciosa crosta! (Ultimamente tenho usado uma ultrapro da Tupperware para cozinhar o pão – que também tem tampa e os resultados são os mesmo. E tenho preferido ao tacho de barro, porque o pão fica retangular e mais simples de cortar em fatias e congelar. Apenas por isso!) 

Ora nos últimos tempos tenho usado apenas farinhas biológicas para fazer pão. E umas das combinações que tem feito mais sucesso aqui por casa, tem sido este de trigo e espelta. Ontem, quando mostrei o pão no instagram, foram muitas as perguntas, e portanto achei que novamente um post sobre o pão da Titá e as adaptações que fui fazendo, tinham todo o sentido. E continua sem ser uma receita para usar a máquina de pão! 

Aqui fica!


Ingredientes para 1 pão:


375g de farinha de trigo biológica

125g de farinha de espelta biológica

flor de sal q.b.

7g de levedura seca (uso fermipan)

500ml de água tépida


Preparação:


Numa taça grande colocar as farinhas, a levedura e o sal e misturar com a colher de pão. Adicionar a água e misturar novamente com a colher até tudo estar envolvido. (Não é para amassar, é só mesmo para misturar. E a mistura fica meia líquida: é mesmo assim!)

Tapar com um pano ou película aderente e deixar levedar no mínimo 1 hora e no máxima até 24 horas. (Normalmente deixo a levedar umas 8 horas, mas este da foto não chegou a levedar 2 horas!)

Ligue depois o  forno a 220ºC e lá dentro coloque o tacho de barro, o pirex ou a ultrapro, sempre com tampa, para aquecer ao mesmo tempo que o forno aquece. Quando o forno estiver na temperatura desejada, retire cuidadosamente o recipiente do forno e polvilhe o fundo com um pouco de farinha. Verta a massa para dentro do recipiente que estiver a utilizar e polvilhe com um pouco mais de farinha. Tape com a tampa e coloque no forno deixado cozinhar cerca de 45 minutos, sempre tapado. Ao fim desse tempo pode retirar a tampa e deixar estar mais uns 5 minutos, se quiser uma crosta mais dourada. (Algumas pessoas referem que o pão agarra um pouco. Depende do utensílio que estão a utilizar. A mim nunca me aconteceu nem na ultrapro, nem no tacho de barro vidrado que utilizo. Se receia que isso possa acontecer, coloque papel vegetal antes de colocar a massa do pão)

Retire depois do forno, desenforme e deixe arrefecer sobre uma grelha. Evite cortar ainda quente. (apesar de para amantes de pão ser quase impossível resistir a pão acabado de fazer!)


Bom Apetite!

9 respostas

  1. O pão está lindo!
    Já não o faço há bastante tempo, por falta de tempo e lembrança. Por vezes, faço misturas com as farinhas que tenho em casa e por vezes junto sementes.
    Tenho que investigar as farinhas bio, além das dos supermercados, e tentar ver as nacionais moídas em mós de pedra. Estas estão a aparecer em alguns supermercados bio, e há uma empresa a recuperar variedades antigas.
    Ainda ando às voltas para iniciar a massa-mãe (consegui iniciar, mas "morreu" ao fim da 1º semana), mas a falta de tempo e de atenção (com muita distração à mistura) faz com que esqueça a parte da "alimentação" da massa. O processo em si não é dificil, mas requer alguma "disciplina". Além disso, faz-me confusão gastar farinha para alimentar a massa e deitar fora parte da massa que vai ser alimentada. Mas um dia, irei voltar a ela, pois é um processo fascinante, e o sabor do pão é completamente diferente.

    Um grande beijinho,
    Sara Oliveira

  2. Tenho feito pães com massa madre e o prazer é realmente inigualável qdo se alcança bons resultados, mas ainda os faço com fermento biológico tbm e assim com fermentação longa, ficam ótimos. Gostei dessa mistura de farinhas, pena que aqui não temos as mesmas opções com tanta facilidade.
    Bom fds

  3. Olá! O pão parece-me ser muito bom! Gostaria de saber se um pirex de vidro com uma folha de alumínio a tapar poderá funcionar em vez de uma tampa. Obrigada!

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