Pasteurização Caseira – Molho de Tomate

É normal, chegar a esta altura do ano e começarem a chegar os tomates grandes e maduros da quintinha dos avós.

Para além de saborosas saladas e em diversas preparações para o dia-a-dia, há muitas formas de os ir utilizando. Gosto também de os congelar – inteiros – para o inverno e de preparar doce de tomate, que é o meu favorito, e um grande panelão de molho de tomate caseiro para ir utilizando à medida das necessidades.

Normalmente, preparava o molho de tomate que depois congelada em pequenas doses individuais, para utilizar como molho de massas, nas pizzas caseiras, como base de um refogado ou de um estufado. Entretanto o ano passado fiz as coisas de forma diferente e, depois de devidamente testado e aprovado, voltei a fazer este ano e venho agora aqui partilhar.

O método não é novo, mas eu tinha algumas dúvidas se resultaria. Falo da pasteurização caseira. Desta forma, consigo conservar o meu molho de tomate em frascos devidamente esterilizados fora do congelador. Guardo-os na despensa, e é igual a comprar qualquer molho de compra. Quando os abro estão em perfeitas condições e faz o barulho típico de uma embalagem que esteve devidamente fechada e guardada em vácuo.

Este método serve não só para o molho de tomate, como para quase todos os tipos de conservas e compotas que façam. Entretanto passei a fazer o mesmo ao curd de limão, mas conheço quem faça diversas conservas de legumes e de frutas utilizando sempre esta forma de pasteurização caseira.

O mesmo pode também ser feito com as compotas tradicionais garantindo a sua preservação.  (Eu não o faço, pois nunca tive nenhum tipo de problema em conservar os meus doces, usando o método de vácuo natural ao virar os frascos do doce de “cabeça para baixo”, mas eu também deixo o doce atingir o ponto correctamente e faço-os com a quantidade devida de açúcar!)

A pasteurização em casa é muito mais simples do que podem estar a pensar. Depois de preparar o molho de tomate (ou outra coisa) basta colocar o molho ainda quente nos frascos devidamente esterilizados e também eles ainda quentes (para isso podem colocá-los uns minutos no microondas ou no forno). Os frascos devem ser cheios até cerca de 2cm do bordo. As tampas dos frascos, que devem ser sempre de metal, devem ser colocadas em água a ferver durante uns minutos e depois, também ainda quentes devem ser usadas para fechar os frascos. (O facto de se usarem as coisas quentes é para não permitir que haja o desenvolvimento de bactérias.)

Depois basta colocar os frascos cheios e bem fechados numa panela e encher com água até cerca de 2/3 da altura dos frascos. Leve depois a panela ao lume e assim que a água começar a ferver conte cerca de 10 a 15 minutos. Desligue e deixe arrefecer tudo completamente dentro da panela antes de retirar os frascos para os limpar, rotular e guardar na despensa ou num armário para utilizar quando necessário.

Fiz a experiência o ano passado e o meu molho de tomate esteve sempre impecável até gastar o ultimo frasco. O mesmo posso dizer do curd de limão, que também se conservou perfeito e sem se estragar durante largos meses.

Há que não esquecer que tudo tem de ser bem lavado e esterilizado, da mesmo maneiro que fazemos quando estamos a preparar compotas. A única diferença é mesmo ferver os frascos fechados durante alguns minutos. E não se preocupem que nada explode ou rebenta. Esta é também uma boa alternativa a quem não tem muito espaço de congelação e que não tinha uma alternativa para guardar molho de tomate já preparado.

Agora há uns quantos frasco de molho de tomate na despensa que, além de serem para usar cá por casa, têm também como fim outros planos natalícios!

23 respostas

  1. Uso esse método há já algum tempo com as compotas porque reduzo sempre a quantidade de açúcar (não só por uma questão de saúde, que mesmo com pouco açúcar é muito açúcar, mas porque não gosto de compotas muito doces). É um excelente método de conservação. O único problema que tive até à data foi com uns frascos de tampa de mola, daqueles com a borracha, que ficaram tão beme esterilizados que não consigo abrir.
    Beijinhos

    1. creio que não consegue abrir os frascos por causa do vácuo. já experimentou "espetar" uma faca na junção entre a borracha e a tampa/frasco?

  2. Adorei! As compotas q tenho feito conservam-se bem, mas de facto, o molho de tomate e o curd ñ têm a mesma longevidade, e assim é mt melhor 🙂 Thanks again! Bjinhos.

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  4. Bom dia!
    Sou seguidora assidua dos seus blog's, e apenas queria dar uma achega a este método que utilizou, que eu utilizo para todos os meus doces (tenho a certeza que não estragam por anos, ao contrário do método de virar o frasco em quente). Até quando andava grávida da minha piquenina, fiz-lhe muita compota de maçã que depois se deliciava quando já tinha 6 meses.
    Utilizo também para fazer calda de pêssego (maricotão ou "caroço agarrado") e calda de pêra (qualquer, mas a pêra rocha não desfaz tanto): colocando tudo em cru para dentro dos frascos (pêssegos e pêras descascados e descaroçados), açúcar (4 ou 5 colheres de sopa depende da fruta se é muito doce, e do tamanho do frasco) e água, fecha-se o frasco (com tampa metálica), panela com eles, e sigo o mesmo método de ferver e arrefecer. A textura da fruta fica similar à fruta em calda que é comercializada, mas o sabor não tem nada a ver.
    A minha dispensa está repleta de frascos e frasquinhos com tampa metálica para essas coisas! Alerto também que nem todas as tampas metálicas servem! Os frascos dos boiões de comida infantil tem tipo uma borracha por dentro que não fecham bem. Pelo menos comigo experimentei de várias marcas e não deu (ficam com água por dentro e não fazem vácuo).
    E a sua horta? Como vai?
    Força!
    Catarina

    1. Olá, Cathy! Gostaria de saber se posso reutilizar as tampas metálicas. Já ouvir dizer que tem de ser tampas novas. Pode me ajudar?
      Agradeço desde já.
      Simone. (hipatia.pelagio@gmail.com)

  5. Olá JOana:

    Sou grande apreciadora dos teus cozinhados e das tuas ideias….
    Muitos Parabéns por este blog fantástico cheio de ideias para o nosso dia a dia.
    Em relação a estas temática, já nadava atrás de alguém que me pudesse explicar como fazer… Muito obrigada por seres tão detalhada e prática.

    Muito sucesso
    Um beijinho

    Ângela Plácido

  6. O seu curd de limão é feito com ovos? A minha receita é . Será que posso esterilizar desta maneira ?

    Gosto muito dos seus blogs sendo cliente assídua…

    Beijinhos de parabéns.
    Rita Pinheiro

  7. O que descreve é appertização, que costuma ser confundida com pasteurização, sendo que a última ocorre a temperaturas acima dos 145ºc e superiores, durante menos tempo. Parabéns pelo blog 🙂

  8. Olá, Foi a primeira vez que visitei o blog e adorei, pois também gosto de guardar tudo o que posso em frascos. Servem para eu usar e para oferecer no Natal. Comecei pela fruta em calda , Inicialmente só cerejas, agora faço com pessegos, ameixas, peras. Faço também compotas das mais variadas . No ano passado comecei a guardar o tomate, feijão verde e favas em grão este ano. já guardei favas tenrinhas, ervilhas e cogumelos . Também faço licores com a fruta , pois como tenho várias árvores de fruto no meu quintal, aproveito tudo. Obrigada pelos conselhos e vou continuar a seguir. O meu blog é o Manta de retalhos.

  9. Bom dia queria fazer molho de alho como o israelita para vender, posso fazer o mesmo processo de conservação? Como leva outros ingredientes estou em dúvida
    Grata

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