Porque é que eu acho que comer melhor não é uma questão de orçamento

Há muito que ando para escrever este post. Já o escrevi e apaguei algumas vezes, porque não quero ser mal interpretada.

Mas vamos por partes. Este não é um blogue vocacionado para poupar, mas sim um blogue que tenta ajudar a tirar partido do que cada um de nós tem, de modo a desperdiçar o mínimo possível e assim, com consequentemente poupar. É essencialmente um blogue de economia doméstica, algo que caiu em esquecimento (e que entretanto voltou!) , mas que durante muitas anos fazia parte do universo de todas as donas de casa. Porque o dinheiro não abundava, porque as pessoas eram ensinadas a poupar e usavam essa filosofia de vida nas suas casas. E sempre foi esse o propósito deste blogue. E não dizer onde acontece a promoção x ou y, que talões podem usar a cada semana, onde a carne é mais barata. É portanto um blogue de ideias e sugestões para rentabilizar e tirar o melhor partido de um orçamento doméstico, seja ele maior ou menor, pois cada um poderá e deverá adaptar estas sugestões à sua realidade e às suas necessidades. Dito isto, vamos ao que interessa.

Eu acho que, de uma maneira geral as pessoas comem mal. E para comer melhor, não é necessário gastar mais dinheiro. Acho portanto completamente errada aquela ideia de que é a crise que leva os portugueses a terem piores hábitos alimentares. E esta é a minha sincera opinião.

O que leva os portugueses a comerem mal é, na sua grande maioria fazerem más escolhas. Comer melhor é essencialmente uma questão de escolhas e não de orçamento.

Presumo que a esta altura haja quem esteja de acordo comigo, e quem não concorde minimamente. Claro que todos somos livres de ter a nossa opinião, mas vou tentar explicar porque é que eu tenho esta opinião.

Se há algo que eu gosto de fazer quando vou às compras, é de “cuscar” o que as outras pessoas levam nos carrinhos.

E, de um modo geral, vejo que muitas famílias compram artigos (porque aquilo nem são bem alimentos) que não têm grande valor nutricional e não alimentam corretamente. Ora mesmo em promoção esses artigos custam dinheiro. Mesmo da mais rasca marca branca esses artigos, todos somados, tem um valor. E, muitas vezes, esse valor gasto em refrigerantes, ice teas, bolachas, cereais de pequeno almoço, iogurtes que não são iogurtes acabados em “inhos”, batatas fritas de pacote ou para fritar, snacks salgados, supostos sumos que substituem a fruta, bolos recheados com coisas brancas, (e podia continuar aqui a tarde toda…) dava para comprar muitos alimentos frescos, que podem fazer uma fantástica refeição para toda a família.

O que leva então as pessoas a fazerem essas escolhas? A desculpa de ser para as crianças, na grande maioria das vezes. Mas as crianças não precisam de beber refrigerantes às refeições. Um copo de coca-cola ou ice tea ou qualquer outra coia do género tem o equivalente a 5 ou 6 pacotes de açúcar. Em cada copo. Não é melhor beber água às refeições? Eventualmente, em dias de festa um sumo de laranja natural? Uma limonada caseira? Não. As crianças bebem sumos e refrigerantes porque gostam, e os pais deixam.

E o mesmo é valido para as bolachas, os iogurtes “inhos” carregados de açúcar – já alguém perdeu 5 minutos a ver a composição de um iogurte dito para crianças em relação a um iogurte normal? Olhem, façam as comparações e depois digam se há necessidade de dar isso às crianças. Não vou ao extremo de dizer para apenas lhes darem iogurtes naturais, mas um iogurte de pedaços ou de aromas em detrimentos de outros muito mais açucarados.

E depois temos os cereais de pequeno almoço, as batatas fritas, as bolachas de chocolate, os bolos recheados…. Que não são para dias ocasionais, mas para quase todos os dias. E tudo somado? Uma boa quantidade de dinheiro gasta em não alimentos. Em más escolhas alimentares que não trazem benefício nenhum.

E depois os estudos que dizem que as crianças portuguesas comem mal, comem doces todos os dias, e que preferem pizzas e hamburguers? Eu não estranho nada disto.

Quase todas as pessoas que conheço com miúdos pequenos, usam uma ida ao Mac, como um incentivo. “Se te portares bem, logo vamos jantar ao Mac!”

Pois vão os carrinhos de compras com os iogurtes “inhos”, as batatas de pacote, as bolachas, os pacotinhos de sumo que substituem a fruta verdadeira, os snacks, os cereais açucarados. E depois as empadas, os rissóis, os hamburguers congelados, os douradinhos (para muitos o único peixe que comem e desconfio que nem sabem bem que aquilo é peixe), as pizzas congeladas para dias de pressa. Às vezes há alguns legumes e fruta, e massa e arroz. Leite e margarina para o pão. Eventualmente queijo e fiambre, mas não esquecer a nutela porque os miúdos gostam. E há ainda a carne, e o peixe e às vezes o bacalhau e os enlatados.

Ah, já me estava a esquecer dos molhos – maioneses, ketchups e os enlatados.

Pois bem. Se eliminarmos uma grande parte de produtos que não trazem nenhuma mais valia para comer melhor, e se aplicarmos esse mesmo valor em comida a sério – peixe, carne, legumes frescos, fruta, leguminosas…. Não estamos a comer melhor? E a gastar o mesmo?

Um kg de dourada ou robalo de aquicultura normalmente da Grécia – um dos favoritos em todos os supermercados – não custa menos de 7€. Em alternativa um kg de cavala ou carapau, peixe de mar, da nossa costa, não chega a custar 3€. Com o mesmo valor compro o dobro de peixe.

1 pacote de 400g de flocos de aveia, custa cerca de 1€. 1 pacote de cereais de chocolate de pequeno almoço custa cerca de 3€.

6 iogurtes naturais custam 1,5€, 2 iogurtes gregos, carregados de gordura e de açúcar custam 2 €.

As bolachas, os refrigerantes, os bolos, as batatas fritas de pacote e todas as coisas que não têm nenhum benefício alimentar, todas somadas, podem ainda permitir que se comprem mais fruta, mais legumes e carne de melhor qualidade.

Comer menos carne, mas escolher carne de melhor qualidade.

A manga e o abacaxi não são fruta da época.

Consumir algumas refeições vegetarianas por semana. E leguminosas como o grão e o feijão também fazerem parte das nossas ementas semanais. São baratas, saborosas e fazem parte de uma boa alimentação.

Sopa sempre todos os dias, porque é barata e nutritiva.

Fazer os nossos hambúrgueres em casa em vez de comprarmos dos congelados, cheios de coisas que nem sabemos pronunciar. O mesma para as pizzas.

Fazer um bolo caseiro em vez de comprarmos bolos de pacote cheios de gordura trans, açúcar e afins.

Esta é a minha opinião. Comer melhor é termos vontade de fazer escolhas melhores. De educarmos os nossos filhos a fazerem escolhas melhores. De os ensinar que os doces, os sumos e os hambúrguer do Mac são exceções.

De gerirmos o nosso tempo para cozinharmos refeições de raiz, com legumes frescos, leguminosas, carne e peixe da melhor qualidade que conseguirmos comprar.

De não comprar alimentos pré-cozinhados com ingredientes que não conhecemos nem sabemos pronunciar.

De sabermos que se temos este x dinheiro para gastar em comida, o devemos fazer em alimentos a sério, e que ice tea não é chá, e batatas fritas não são um vegetal.

Está aberta a discussão.

44 respostas

  1. olá Joana!!
    Concordo contigo… nada como uma boa organização, para se preparar uma refeição deliciosa que para além de ser mais saudavel sabemos o que estamos a comer….

  2. Comer bem dá trabalho…esse é que é o problema, concordo com tudo o que está escrito…e também tenho o hábito olhar para o carrinho das pessoas.
    Dessa lista extensa de maus alimentos que entram lá em casa são as batatas fritas (mea culpa) e a coca cola por causa do marido. De resto, tudo o mais natural possivel.

  3. Concordo plenamente. Por isso é que os seus blogs são tão bons, com sugestões fantásticas de receitas saudáveis, variadas.

  4. Eu concordo com algumas coisas que dizes, se estivermos a pensar em pessoas da classe média (agora remediada), já no que toca à situação de quem sente verdadeiramente a pobreza, discordo totalmente. A pobreza é muito mais profunda que isso.

    Aqui há uns anos – ainda antes de se falar de crise – vi uma reportagem na tv sobre uma mulher (de armas) que era trabalhadora da Misericórdia e prestava apoio domiciliário a idosos (ia a várias casas no mesmo dia). Era mãe solteira, trabalhava o dia todo… Ganhava o ordenado mínimo. Tinha que pagar as contas: casa, água, luz, gás… não, ela não tinha Internet, e tinha telemóvel apenas para poder comunicar com o filho que passava as tardes todas em casa sozinho, depois da escola. Sobravam-lhe 40 ou 50 euros para alimentação. Recordo-me que ela, nos primeiros dias do mês, ainda comia carne e peixe… Guardava o molho dessas refeições no congelador, para usar quando estivesse sem dinheiro. Como deves calcular a solução mais económica para esta mulher, era fazer uma refeição de massa (um dos produtos mais baratos do mercado) com os molhos. O filho dela era obeso – e ela sentia-se culpada. Nunca me esqueci desta história. Esta mulher é um exemplo de determinação, criatividade e sabia de economia doméstica… mas não podia fazer nada.

    O que eu quero dizer com isto é que a pobreza é na maioria das vezes a impossibilidade de fazer a escolha de que falas.

    Beijos grandes

    (ainda bem que abriste esta discussão – e muito bom que possamos falar destas coisas)

    1. Isabel, eu também vi essa reportagem, e também nunca a esqueci! Ninguém escolhe ser pobre. A pobreza não é uma escolha. E sim, as condições materiais de existência determinam as nossas opções de consumo, há diversos estudos sociológicos que o demonstram. Assim, posso concordar com a Joana quando diz que muitas pessoas comem pior por escolherem mal os alimentos, mas discordo totalmente com a generalização dessa escolha a toda a população, porque realmente há muitas pessoas que não podem escolher o que comer, o que comprar. Comem o que o seu orçamento lhes permite adquirir, como massas, pão e arroz. Não é toa que a obesidade é mais expressiva nas populações mais carenciadas, é porque apenas podem comprar os alimentos mais calóricos, com menor valor nutricional, e que são mais baratos. Esta é uma evidência empírica, da qual numerosos estudos dão conta. Só para concluir o meu raciocínio, uso este exemplo de um caso muito falado recentemente, o das grávidas a quem alguns médicos internam apenas para que elas possam ter o que comer! Não, comer bem nem sempre é uma escolha. Há muitos outros factores que pesam, que condicionam essa escolha! http://www.publico.pt/sociedade/noticia/hospitais-atendem-cada-vez-mais-gravidas-com-fome-1662870

    2. Isabel também vi essas reportagem e questiono me muitas vezes do que será feito dessa família. Tocou- me muito. A senhora com um frango fazia muitas refeições. Lembro-me da tristeza da sra que as vezes recorria ao dinheiro do abono do menino e se sentia culpada por isso. Uma grande mulher sem dúvida.

    3. Exactamente, Sunflower, os estudos apontam que a obesidade anda de mãos dadas com a carência económica. Já li vários artigos sobre esse tema, inclusivamente a Dra. Isabel do Carmo escreveu aqui há tempos um artigo sobre isso.
      Não podemos generalizar dizendo que comer bem não depende do orçamento.

    4. Sim, foi isso que quis dizer, que não podemos generalizar. O consumo depende de diversas variáveis, sendo que o orçamento de que dispomos é uma delas e, nessa medida, não podemos assegurar que não tem influência, porque tem, mas há outros factores que condicionam a nossa escolha. Comer bem tem, e muito, que ver com o poder económico de cada agregado familiar.

  5. Concordo a 100%. Às vezes até fico estupefacta quando olho para os carrinhos alheios.. é impressionante! Apesar de também achar que uma alimentação saudável também sai cara, por exemplo, deveríamos comer muito mais vezes massa e arroz integral, mas quem consegue comprar?? Em minha casa tentamos fazer uma alimentação saudável, ainda não tenho filhos mas espero incutir-lhes este espírito e estilo de vida quando tiver. Quero aproveitar para lhe dizer que sigo os seus blogues e gosto muito de "a ler" 🙂 Beijinhos

  6. Concorso, se bem que o meu carrinho de compras também vem com muito desses produtos nocivos. Tento fazer refeições o mais equilibradas possiveis, mas a verdade é que o tempo nem sempre premite que façamos as melhores opções. Também eu levo os meus filhos ao macdonals e sou sincera mesmo sabendo o que leva gosto. Também compro sumos para casa, se bem que restrinjo a quantidade que bebem, no entanto ás refeições tenho sempre legumes e fruta. Fritos lá em casa só em festas e mesmo assim. Talvez esta seja a minha forma de compensar a parte má… sinseramente acho que muitas pessoas comem mal porque não se querem chatear, mas também sei que muitas pessoas só não comem melhor por falta de tempo…

  7. Olá Joana,
    Concordo em tudoooooo….
    Afinal não sou a única a «cuscar» os outros carrinhos de compras, mas é uma realidade, até me arrepio com as compras desnecessárias (na minha maneira de ver) que levam, refrigerantes então… até assusta.
    Conto um caso que uma vês ouvi e fiquei impressionada:
    Uma mãe falou-me que um amigo do filho (cerca de 6/7 anos) o pequeno almoço dele era um rissol e uma coca-cola. Esta história passou-se à mais de 10 anos.
    Se o pequeno-almoço é este o que será o almoço e o jantar…
    Bjs,
    Teresa C.

  8. Subscrevo a 200%, é a minha opinião tal e qual – e até já tinha pensado em escrever sobre o assunto, mas com medo de me interpretarem mal, não o fiz; contudo, E acabaste por dizer tudo o que tinha pensado
    É de facto assustador ver o conteúdo dos carrinhos das compras de muitas família, e ainda mais assustador é reparar nas famílias de férias na praia – gordura já não é formusura, e crianças obesas ou à beira da obesidade não deveria ser a regra! Não me venham dizer que com telemóveis topo de gama, tv cabos e internets ilimitadas depois só possam comprar batatas fritas, refeições pré-cozinhadas, referigerantes e carradas de cereais para encher a dispensa. A discussão ficou lançada, sobre estas coisas é que é importante falar!

  9. Isso é tudo muito verdade mas: 500g me massa custa vá 0.50€ e alimentam 5 pessoas.
    500g de espianfres custam pelo menos o dobro e alimentam metade das pessoas.
    Acho que é disto que se fala quando se fala que a crise piora os hábitos alimentares

    1. Precisamente! Como referi acima, nem sempre é uma questão de escolha, há outros factores que determinam aquilo que cada um compra, e o preço é um desses factores, embora não seja o único, obviamente.

  10. Falando apenas de quem tem possibilidade de escolha, porque, infelizmente, são cada vez mais os que não têm recursos económicos para isso, acredito que o que impera é mesmo a preguiça e a falta de valores fundamentais. A preguiça mental e, acima de tudo, a física, porque é a lei do menor esforço que acaba por mover as famílias no que fiz respeito à alimentação. Isto porque os valores estão todos trocados. Eu não tenho filhos, ok, mas o que vejo à minha volta, são mamãs de classe média que medem o amor que dão aos filhos em quartos decorados e peças de roupa. Nos tempos em que trabalhei na Bimby, e foram tantas e tantas as cozinhas em que estive, o que mais via era famílias com crianças com um frigorífico recheado de coisas de meter medo. No meu círculo pessoal, vejo pais supostamente instruídos, com acesso a informação, que incentivam filhos de 2 anos e menos a beber sumos de pacote a todas as refeições: como é possível? Crianças que comem sempre sempre os mesmos alimentos. Hoje em dia, numa altura em que o acesso aos bens e à informação é mais fácil do que nunca, só encontro mesmo esta explicação que referi acima. Porque roupa e marcas para o dobro das necessidades, unhas e cabeleireiros, gadgets e festas e tudo e tudo, ok, para isso tem que chegar, mas alimentos locais e sazonais, alimentação fresca diversificada, comida caseira, dizem os mesmos: "só se fosse rico".
    Também me parece que focar a questão da alimentação saudável apenas no peso pode ser um grande engano… nem todos os problemas de saúde estão associados à obesidade. Mas isto é daqueles temas que dá mesmo pano para mangas. Nunca foi tão fácil como hoje fazer uma alimentação equilibrada e nunca isso foi tão pouco praticado. Porque alimentação equilibrada não são xaropes de acér, leite xpto, sementes de nome impronunciável nem essas tretas que depois a indústria da comida saudável tb nos tenta impingir e a preços absurdos, alimentação equilibrada pode ser, como dizes, simples, fácil e barata. Eu pelo menos é o que tento cá em casa 🙂

  11. Concordo com tudo o que diz no seu post!Uma sopa é bastante saudável e os ingredientes até podem ser caros mas alimentam uma familia inteira ou dá para mais do que uma refeição…Confesso que não tenho grandes carências financeiras, mas já tive e os meus pais cultivavam o quintal e criavam umas galinhas para alimentarem os filhos!Herdei isso e tenho tb uma horta urbana, que vai dando para os gastos horticolas !Haja vontade e falta de preguiça!

  12. Concordo com a teoria. Concordo que há muitas famílias de classe média e alta que comem mal por opção. Por preguiça. Mas também acredito que há muita gente que não tem mesmo TEMPO. Que não gosta. Que não sabe. Mas que principalmente que não pode comprar… ou só consegue comprar o que é mesmo muito barato. Vou falar de mim. Somos 4. 2 adultos e 2 crianças. As crianças entraram na escola aos 5 meses. Na escola desenvolvem-se muitos maus hábitos. Principalmente quando se sai do infantário para a escola pública. A variedade é pouca e a confecção francamente questionável. Trabalhamos os dois fora e a tempo inteiro. Somos de classe média, mas com ordenados abaixo da média. A ginástica é grande. Tirando uma ou duas vezes por ano que uma prima nos fornece de legumes, não temos quem nos dê nada. O tempo é muito pouco. Não existem visitas a mercados nem feiras. O tempo de fim de semana é passado em limpezas, roupas, e roupas e muitas roupas. E com as miúdas. Tem que ser também. Eu adoro cozinhar e faço as coisas mais variadas possíveis. Quem não gosta percebo porque recorre ao "já pronto". Cá em casa McD existe sim, 2 ou 3 vezes por ano. Refrigerantes só em festas. Gelados há sempre no congelador. Mas também há legumes congelados, que são os que posso comprar. 400g de espinafres congelados não chegam a 1€ e dão para duas sopas. Fruta consumimos a da época. Mas mesmo assim ás vezes está a preços de bradar aos céus… mas seguramente mais barato que os pacotinhos que imitam fruta. Mas para pais/famílias que saem antes das 8 e chegam também muitas vezes depois das 8, 12 horas depois, mais banhos, tpc's, actividades extra curriculares, o tempo e a paciência esteja em terreno negativo. E recorre-se ao feito e fácil. Consigo compreender… mas para alguns serão sempre opções.

    1. Sou um desses casos, que sai de casa às 8h e volta às 20h. Se passar o fim de semana a cozinhar, quem vai limpar a casa, e lavar, estender e passar a roupa? No entanto, o meu bebé de 20 meses tem sempre a Sopinhas preparadas, e com a maior diversidade possível. Sempre tento programar no fim de semana as refeições da semana seguinte, mas não consigo ainda programar toda a semana. Mas adoro o blog, e ponho em pratica tudo o que consigo, tendo em atenção o ritmo alucinante de cada dia, e sem descurar a devida atenção que o meu pequeno merece. Sou super fã da Joana, adoro as dicas e os livros.

  13. Olá:

    em 1º lugar parabens pelo blog. ADORO.
    Concordo com o post e com os comentários.
    Come-se muitas vezes mal por preguiça (por mim falo) e por falta de imaginação…Mas também muitas vezes por carência financeira, no que diz respeito á fruta, legumes e peixe – que se formos realmente honestos em quantidade razoável para por exemplo uma família de 4 pessoas não fica propriamente barato. Mas também se come porcaria – batatas fritas, snakes, bolinhos já preparados e porquê??? Porque toda a gente os come, em mais ou menos quantidade toda a gente os come. Em casa evito comprar mas de vez em quando compro qualquer coisa para fazer a vontade aos pequenos, McD sim uma vez por mês – e acho que os pequenos gostam mesmo é do brinquedo que sai, sumo bebem sempre ás refeições, um sem gaz que compro e que misturo com bastante agua mas nem um copo se consome ás refeições. Quando comecei a ler o post pensei algumas vezes caio nesse erro de comprar isto e aquilo que não fazia assim tanta falta e poderia comprar mais uma peça ou outra de fruta ou legumes, apesar de achar que aqui em casa até comemos muito bem quando comparando com casas de outras pessoas onde vou, algumas até financeiramente mais equilibradas que a minha e que abrindo os armários e o frigorífico assusto-me com a quantidade de coisas que lá encontro. Engraçado depois é ouvir essas pessoas falarem quando faço um bolo ou uma sobremesa em casa…Pelo menos sei o que comemos… Acho ainda que nem sempre tem a ver com marcas, brancas ou reconhecidas, nem com lights, zeros ou por aí….mas também com quantidades, tomando por exemplo o arroz que já falaram, não é a mesma coisa comprar um pacote normal e um pacote integral mesmo que este só custe 1€ e tal, com 1€ e tal compra-se 2 do normal…basta se calhar tem mais atenção á quantidade de arroz que se come e já torna mais saudável…e complementar com outras coisas. Comer um pouco de cada, sem exageros.
    Bem gostei de participar. Aqui fica a minha opinião. Bjs para tora todos.

  14. Só mais umas achegas sobre o tema:
    – há pessoas que não têm hipóteses de escolha, é bom que fique claro;
    – há produtos que as pessoas tiveram de deixar de comprar; eu por exemplo adoro todos os tipos de peixe, mas há alguns que não posso pagar e já não me lembro a última vez que os comprei, paciência, compro outros e vou variando na confecção;
    – comer bem dá TRABALHO: pensar, escolher, comprar e fazer, consome tempo, sim, mas para mim é o meu grande investimento para a saúde das minhas filhas, a par da educação.
    Ainda bem que muitos seguem a Joana porque este tema é importantíssimo. É a geração dos nossos filhos que está em risco.

  15. Ui… por um lado concordo mas por outro não…
    Vamos lá ver se me consigo explicar sem complicar muito…
    Concordo plenamente que se come muito mal e vejo isso pois o meu filho é um sortudo em nível de alimentação mas nem sempre foi assim.
    Já fui obesa (cheguei a pesar 120 kg e agora tenho 70 kg). Cá em casa comíamos muito mal: fritos, pré-cozinhados, batatas de pacotes, etc. Foi assim que fui criada e era isso que me ensinaram a comer até que houve um click de mudança em mim. Mudamos radicalmente e passamos a comprar certas coisas, outras deixamos de comprar…
    Surgiu o meu blogue, etc. E já se passaram quase 4 anos e continuo a dizer que comer bem fica mais caro do que comer mal mas temos que pesar na balança e pensarmos o que queremos para o futuro.
    Eu quero um futuro melhor para o meu filho e que não passe pelo que passei.
    Voltando ao valor dos alimentos saudáveis…
    Claro que o dinheiro que poupamos a não comprar porcarias vai para os produtos mais saudáveis mas não chega.
    Se formos a ver tudo aumenta de preço. Os cereais saudáveis: flocos de aveia, flocos de centeio, são mais caros. O pão de cereais é muito mais caro que o pão "normal"… Passei a comprar mais variedade de fruta e legumes. Os iogurtes passei a fazer… A carne branca é mais cara do que a de porco, etc…
    Bem, o que devemos fazer então?
    Descuidar da saúde está fora de questão então temos que arranjar os nossos estratagemas de acordo com o nosso orçamento. Comprar mais fruta em promoção e congelá-la ou reduzi-la a puré (fazermos as nossas papas de fruta), fazer o mesmo com os legumes.
    Fazer as ementas e planear de forma a melhorarmos a alimentação e ajudarmos as nossas crianças a não serem obesas e nem terem mais tarde problemas de saúde.

    Beijinhos
    Clarinha

    http://receitasetruquesdaclarinha.blogspot.pt/

  16. Joana
    Concordo com o teu texto se ele se refere à classe média. No entanto uma família numerosa ou com adolescentes ( que comem por dois) podem estourar qualquer orçamento.
    O problema a meu ver é que ao contrário do que diz o escritor cozinhar é uma obrigacāo , mesmo com carinho para mim foi. Todos nos nutrimos e quando somos pais a responsabilidade é acrescida.Educação alimentar faz parte da educação e nós somos o modelo a seguir. Existe outra possibilidade? Ok contratar uma cozinheira, mas quem pode? Passei domingos a cozinhar quando os meus filhos eram pequenos, para conseguir por o jantar na mesa durante a semana.Não porque gostasse no meu dia livre, mas a responsabilidade é tramada.
    Isto tudo para dizer que educar é um trabalho constante, não ceder a caprichos, ser autoritário quando é necessário, ter tempo para as crianças mesmo depois do cansaço do dia, cozinhar para elas e ensiná-las a cozinhar à medida que crescem.
    Há pais que não estão dispostos ou preparados, só assim se entende a quantidade de produtos processados que as criancas consomem hoje em dia. Os pais não se chateiam e as crianças ficam felizes. E provavelmente farão o mesmo aos filhos na próxima geração.
    Posso dizer que nunca dei uma papa de frasco aos meus filhos.No entanto quando saem para viver sozinhos, passam por uma fase inicial em que compram tudo o que nao tiveram: coca colas, bolachas etc.Depois naturalmente voltam às suas referências.
    Eu também as tive e sei como é dificil fugir-lhes.

  17. Bom Dia,
    Não podia estar mais de acordo.
    Comer saudável não tem que ser necessariamente mais dispendioso, há várias opções para um menu saudável para pais e filhos, agora é preciso puxar pela cabeça e dedicar um pouco de tempo à alimentação porque pode dar um pouco de trabalho inicialmente, mas não é nenhum bicho de 7 cabeças, até porque grandes superfícies têm dado uma boa margem de descontos para produtos como carnes brancas e peixe que podem ser dispendiosos.
    Um exemplo, no Inverno o meu pequeno-almoço são quase sempre papas de aveia feitas em leite de vegetal caseiro (aveia ou arroz+água) pois um pacote de aveia é barato e rende imenso, adoço com um pouco de mel, açúcar amarelo, fruta ou simplesmente canela e fica um pequeno-almoço saudável e bastante barato. No Verão prefiro batidos, que faço com iogurtes caseiros (sólidos e líquidos para adultos e uma criança), um pouco de aveia e fruta (1 maçã dá para 2 batidos) e rendem imenso, ao lanche um iogurte natural com gelatina ou puré de fruta (caseiro). A gelatina é algo a que basta juntar água, por si só é barata, é doce, há imensos sabores traz benefícios para o organismo e o melhor enche, dá aquela sensação de saciedade e pode-se fazer logo em grande quantidade duma só vez. Podem pôr em tupperwares para fazer em doses individuais para levarem para a escola/trabalho, seja como sobremesa, seja como lanche. Para o almoço, chega-me um bife de peru grelhado ou uns ovos mexidos com salada é uma opção de almoço saudável e económico, pois uma alface dá para bastantes refeições e é super versátil. Com uma embalagem de macedónia congelada e pescada cozida fazem-se várias refeições. Bolos podem ser confeccionados em casa para o lanche dos miúdos, façam a quantidade em dobro, fatiem e congelem em doses individuais. Em vez de comprarem leite em pacotinhos comprem copinhos de plástico com tampa (tipo tupperware) e mandem o leite nesses copinhos assim, é mais barato.
    Os refrigerantes são o meu calcanhar de Aquiles mas ando a combater isso, com 1/2 limão faço 1.5lt de limonada, com chá pode-se fazer chá gelado, há imensos sabores é só juntar água e gelo e ao jantar é sempre água. No Verão em vez de comprarem gelados. congelem iogurtes com sabores com um pauzinho de espetada e aí têm um gelado bom, barato e saudável.
    Tenho um filho com 2 anos e toda a gente lhe quer dar bolachas com recheios e porcarias, bolos daqueles de compra todos gordurosos, gelados, batatas fritas e está proibido enquanto eu puder controlar. Come cerelac esporadicamente, aprecia mas não adora, adora sim fruta, iogurtes e queijo. Já comeu sopa da blédina ao vapor quando vamos passar dias fora em sítios em que não temos possibilidade de cozinhar/aquecer comida. De resto fazia e faço sempre as sopas e a comida para ele e congelo para os dias em que não tenho disponibilidade para cozinhar, faço o mesmo com a nossa comida, congelo em porções individuais e também congelo tudo o que sobra, nem que seja meio bife.
    Com tempo e dedicação consegue-se. É preciso dedicação e não cair em fundamentalismos porque cada um sabe de si mas depois não se andem a queixar que os filhos são obesos.
    Andresa Costa

  18. Joana concordo plenamente. Qd estou na fila do supermercado para pagar e vejo alguns carrinhos até fico parva, penso muitas vezes que o dinheiro gasto naquilo daria muita comida gresca e nutritiva. Mas as mentalidades custam a mudar.
    Bjs

  19. li todos os comentarios e so tenho a dizer que penso que daqui para a frente sera cada vez pior.. o estilo de vida das pessoas, stress, mtas horas de trabalho, etc faz com que as pessoas procurem o que é mais facil para comer… Eu tenho bastante preocupaçao com o que como, assim como para o meu marido e filho, mas por vezes ate sou "gozada" por o fazer… Comentarios tipo : "n vais morrer saudavel…". pois mas quero viver mtos anos:) e ate posso ficar doente e morrer antes das pessoas que me dizem isso, mas se n fizer nada por mim e pela minha familia mais ninguem faz… N vou dizer que so como tudo saudavel, é mentira.. tambem dou umas "facadinhas" na alimentação, mas claro que evito-as ao maximo. mas isto tambem é culpa dos supermercados que poem à disposiçao das pessoas esse tipo de comida. um dia qdo fui ao EUA fiquei chocada com a quantidade de comida processada, que é so colocar no microondas e esta pronto a comer.. E qd procurei peixe ou carne a quantidade é mt reduzida e carissima…nao admira que eles sejam os mais obesos!! Enfim, acho que isso tem que ir da consciencia de cada um e se as pessoas nao se mentalizarem que é preciso mudar nao adianta que 1000 pessoas lhe digam que é preciso mudar!!

  20. bom dia e obrigada pelo seu texto
    ja criei os meus filhos (pelo menos os primeiros 20 anos de cada um já está completo, porque a "criação" continua) e sempre remei contra a junk-food, com sucesso. Mas, à sexta-feira o jantar era sempre pizza, em tabuleiros individuais, em frente à televisao. Sim, tínhamos o dia do jantar "errado" porque me fazia sentido prevaricar 1 vez por semana 😀 (e eu à sexta-feira estava tao cansada da semana de trabalho…) E gasta-se tao menos, evitando as coisas prontas a comer…
    agradeço-lhe o seu texto pois tem muito mais visibilidade que eu e por isso chegarão a muito mais pessoas as suas palavras e a sua atitude de vida. e é pelo exemplo que lá vamos. continue.

  21. Não poderia concordar mais. Evito ao máximo alimentos processados, sabendo que são crianças e podem (e devem) prevaricar em alguns dias de "festa". Não compro sumos, nem iogurtes (inhos), nem bolos de compra. Ao não terem em casa, não existe também a birra para pedirem e comerem. Os sumos são excepção nalgumas refeições que fazemos fora. Os bolos eu faço e tento os melhores ingredientes e os iogurtes são simples, leite simples, água, sumos de fruta que faço na hora. O que existe de menos saudável em casa são as bolachas 🙂

  22. Concordo plenamente. Cresci numa familia onde o sumo engarrafado era (e continua a ser) para dias de festa, os bolos de aniversario eram feitos pela minha mãe, os doces eram para aniversarios, Natal e pouco mais, a sopa, a salada e a fruta eram diarias. Via os meus primos e primas comerem gelados e bolos diariamente, beberem litros de sumo, etc. Em miuda, isso fazia-me confusão, pois também gostava de ter tais petiscos disponiveis todos os dias em casa e cheguei a queixar-me de não poder comer como eles. Os pais dos meus primos (alguns tios, outros primos) criticavam os meus pais por não comprarem tais alimentos, porque eram forretas, porque tinham uma vida tão boa e não compravam guloseimas para as miudas… O certo, é que tenho 32 anos, não tenho problemas de saúde, não tenho peso a mais, não tenho dentes estragados, enquanto os meus primos já não podem dizer o mesmo! Por isso, acho mesmo que vale a pena o trabalho que dá cozinhar todos os dias, explicar às crianças que não podem comer doces diariamente, e por aí. Gostei muito deste post! 🙂

  23. Além da ‘falta de tempo’ (que é muito relativa mas não vamos entrar por aí) e não generalizando porque cada caso é um caso, na maioria tem a ver com escolhas porque muitas das pessoas que passam dificuldades vivendo até do apoio do Estado e que posso ver na zona onde moro [cidade pequena no litoral] são as mesmas que vão diariamente comprar raspadinhas ao quiosque…
    E depois há a ideia de que o que é feito fora é que é bom. Ainda hoje uma amiga me contava de um almoço onde tinha ido onde a sobremesa tinha sido toda feita pela dona da casa e que aquilo tinha mesmo bom ar, até parecia dos bons, de pastelaria! E na minha humilde opinião, ser de pastelaria não lhe traz mais valia nenhuma…Mas é apenas a minha humilde opinião.

  24. estou de acordo, na índia vive-se com arroz e lentilhas todo o mês, no brasil é arroz e feijão……mas nós vivemos na Europa,como diz esta mama inglesa: that poverty isn't just having no heating, unplugging your fridge, or unscrewing the light bulbs. Poverty is that sinking, choking feeling when your two-year-old finishes his one Weetabix, mashed with a little water, and says: "Can I have some more please, Mummy? Some bread and jam please?" And you break down in tears, because you don't know how you'll carry the TV and the guitar to the pawn shop, and how to tell him that there is no bread and jam. podem ler aqui :http://www.theguardian.com/lifeandstyle/2013/jul/20/10-pound-food-shop-blog e aqui: http://agirlcalledjack.com/2012/07/30/hunger-hurts/

  25. Joana, concordo consigo, mas tenha em atenção uma coisa, só porque não vê no carrinhos das pessoas legumes e frutas, não quer dizer que não os consumam.
    Eu não compro carne,nem peixe, nem fruta, nem legumes no supermercado – compro-os na praça!
    Marisa

  26. Faz todo o sentido e, embora esteja 100% de acordo com o que foi dito e saiba perfeitamente, por exemplo, que é muito melhor beber água nas refeições do que o tal refrigerante, muitas vezes acho que já fazemos as coisas mesmo sem pensar muito nelas. Obrigada por esta chamada de atenção, as próximas compras já serão mais racionais 🙂

  27. Estava mesmo a pensar o mesmo que a Marisa. Eu nunca compro produtos frescos no supermercado. Vou à praça e ao talho.
    Mas de qualquer forma, olhando para o meus carrinho no supermercado dificilmente alguém fica com a ideia que só compro produtos processados pois isso acontece o menos possível.
    Tal como alguém também já disse aqui, quando era criança não entendia porque é que os outros miudos bebiam sempre sumos e comiam sugos e rebuçados e eu só o fazia em dias de festa. Agora entendo e faço o mesmo com os meus filhos. Mais tarde eles também hão-de entender. É um investimento no futuro.
    Em relação aos "carrinhos dos outros" pelos vistos toda a gente repara, eu incluida. Das coisas que mais me baralham são os sacos gigantes de batatas pré-fritas, e não me digam que são mais baratas que comprar batatas e descascar. São apenas mais fáceis…

  28. Não podia estar mais de acordo e também eu, às vezes, vou "cuscando" os que as outras pessoas levam nos carrinhos. Até mete dó.
    Lido com crianças diariamente e ver o que elas levam para lanchar é deprimente. A sério, custa muito meter manteiga e queijo num pão? Juntar um pacote de leite simples ou um iogurte mais saudável?…

    Bjs e obrigada por este post

  29. Concordo plenamente. E já agora o "iogurte grego" de que fala, que está na moda nos nossos supermercados, nada tem a ver com o verdadeiro iogurte grego. Basta ver a lista de ingredientes que deveria conter apenas leite e fermentos, mas em vez disso contém geralmente também açúcar (muito), natas e aditivos (espessantes).

  30. Concordo plenamente.
    Não há nada mais assustador do que coca-cola (ou qualquer outro refrigerante) num biberom!
    Muitos dos atuais pais já creceram com demasiada comida e má qualidade, algumas mãs não sabem de fato cozinhar, não conseguem organizar-se mentalmente para gerir uma casa ou um orçamento familiar. Especialmene nos pais com menos instrução a capacidade de abstração e de pensar a médio ou longo prazo é pouca. As escolhas são feitas impulsivamente muitas vezes com o desejode depois (um dia, quem sabe…) melhorar. Só que depois é tarde de mais. Os miúdos têm diabetes tipo II aos 8 anos, dislipidémia aos 9, alterações musculo-esqueléticas pelo excesso de peso, dentes em péssimo estado, não criam bons hábitos (para o rsto da vida), têm baixa auto-estima, não fazem atividade física que justifique os consumos energéticos, têm picos de energia e depois baixas. Ficam agitados e desatentos, têm mau rendimento escolar, a seguir são medicados para um suposto síndrome de hiper-atividade e déficit de atenção – que normalmente mais não é do que hábitos de vida pouco saudáveis. E depois têm um rótulo que permite aos pais auto-desculparem-se por satisfazerem todos os caprichos dos meninos (é que senão eles ficam muito nervosos…).
    Cá em casa entram poucos produtos processados, há sopa todos os dias, as bolachas, os iogurtes, o requeijão e as pizzas são caseiras (mesmo que isso signifique ficar a cozinhar até tarde) e os almoços e lanches para a escola vão de casa (as ementas escolares estão longe de ser corretas).O leite com chocolate é um acontecimento memorável (até porque só acontece duas ou três vezes por ano) e preparado com cacau puro em pó. É que se os refrigerantes são maus os leites para crianças (incluindo os de crescimento) e as papas líquidas são verdadeiramente pecaminosas…

  31. Concordo e esforço-me imenso para que os meus filhos tenham uma alimentação cuidada e sobretudo que aprendam a fazer as escolhas mais saudáveis. Ajudo-os a perceber que uma coisa pode saber muito bem mas fazer muito mal… enfim é um esforço continuo. Mas é difícil ir com as crianças às compras e explicar-lhes que a caixa de cereais x que é colorida, está ao nível deles e oferece o bonequinhos, tem muito açucar e não é nada saudável e que os cereais y que têm uma caixa sem graça nenhuma é que são saudáveis. O mesmo com os yogurtes, bolachinhas etc. Os alimentos infantis são sempre os piores e os mais apelativos… faz falta alguma consciência a este tipo de marketing…

  32. Não podia concordar mais.
    É pena que poucas pessoas ponham em prática estes princípios…tenho a esperança que seja uma questão de educação e moderação e que vá lá com o tempo…ou com o aperceber as consequências negativas das outras escolhas.

    Sofia

  33. Só agora li este brilhante texto que vai totalmente de encontro aquilo que penso. Ainda a semana passada fui confrontada por um casal de amigos o porquê de dizer que a minha filha bebia água e não sumo, quando a iam servir. Simplesmente, ela está habituada a beber água e quando muito sumos naturais ou smoothies, nada de sumos concentrados com valor nutricional zero. Claro que passei por ser uma mãe tirana! enfim!

    xoxo
    cindy

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