Porque gosto tanto de cozinhar “de raiz” e “feito em casa”?

O pão que se faz habitualmente cá em casa, uma a duas vezes por semana


Dei comigo, há uns dias atrás, enquanto fazia pão, a perguntar-me a mim mesma porque gosto tanto de fazer certas coisas que são mais comuns de comprar no supermercado. Porque gosto de fazer o meu próprio pão, de fazer os sumos, de preparar as compotas, de fazer gelados, bolos e bolachas em casa. E, em contrapartida, porque gosto tão pouco de coisas pré-feitas e pré-congeladas e processadas.

Não sei bem se há uma justificação plausível para tal. Gosto.

Gosto de saber que aquele pão foi preparado por mim, com a mistura que me apeteceu. Gosto de poder inventar um pão diferente todas as vezes e de saber exatamente o que lhe coloquei lá dentro. Gosto de sentir o cheiro do fermento e de ver o pão a crescer antes de o levar ao forno. Algumas vezes até gosto do trabalho de o amassar à mão. Gosto da sensação do “fui eu que fiz isto”.

Tal como gosto de fazer compotas caseiras para aproveitar – na maioria das vezes – fruta madura que tenho em excesso. Gosto de usar os tachos antigos da minha avó e de sentir que naquelas panelas há apenas ingredientes naturais, sem adição de corantes, conservantes, espessantes e coisas com nomes impronunciáveis (apesar de se poderem comprar já em qualquer lado compotas de fabrico artesanal. Mas porque hei-de comprar algo que faço quase igual em casa?)

Gosto de fazer as minhas próprias bolachas e bolos. Com ovos de verdade de galinhas que eu sei que crescem ao ar livre. Com manteiga em vez de gorduras hidrogenadas e sabe-se lá mais o quê.

Quando me perguntam porque me dou ao trabalho de fazer pão 1 ou 2 vezes por semana, em vez de apenas passar na padaria, a minha resposta é porque gosto! Não se trata de ser ou não mais barato do que comprar pão na rua (apesar de ser). Não se trata de uma questão de ter muito tempo disponível, porque a maior parte das vezes faço o pão enquanto preparo o jantar ou arrumo a cozinha, preparo as compotas como hobby (há quem vá passear ao shopping, quem vá à praia e eu descontraio a fazer compotas!) ou faço um bolo porque até estou a usar o forno e assim até se aproveita.

Essencialmente porque tiro um prazer enorme de cozinhar “de raiz”. Porque gosto de olhar para os ingredientes que eram apenas e só ingredientes arrumados no frigorífico e na despensa e de repente passam a ser bolos e bolachas e pão caseiro quentinho barrado com manteiga. De saber fazer aquilo que se pode comprar. De assim descobrir novos ingredientes e novas receitas. Porque gosto de saber o que como e aquilo com que alimento a minha família e os meus amigos. 

Provavelmente não há uma justificação lógica para isto. Gosta-se e é mesmo assim.


Não sei se vocês são daqueles que gostam ou não de fazer este género de coisas em casa. Mas nunca é tarde para tentar convencer-vos que não há nada que chegue ao pão caseiro, a uma compota com fruta da horta preparada por nós, umas bolachinhas “homemade” para partilhar com os colegas de trabalho, ou um bolo para receber a família num lanche de domingo.

Deixo aqui algumas sugestões simples e rápidas para que se aventurem.

E já agora. Quem partilha comigo este gosto pelo “feito em casa”?


Pão Delicioso, Simples e Rápido para fazerem mesmo durante a semana

http://paracozinhar.blogspot.pt/2015/04/pao-da-tita.html


Bolachas saborosas para ir petiscando no trabalho e partilhar com os colegas

http://paracozinhar.blogspot.pt/2014/12/bolachinhas-de-aveia-e-passas-presentes.html


Compota caseira para barrar a torrada do pequeno almoço

http://paracozinhar.blogspot.pt/2014/04/doce-de-morango-com-tomilho.html


Bolo para fazer com os filhos e receber a família

http://paracozinhar.blogspot.pt/2014/06/bolo-de-limao-e-gengibre.html

13 respostas

  1. Quando tenho tempo, gosto de fazer em casa, especialmente o pão (as restantes coisas que consumo são todas feitas em casa, raramente compramos alimentos processados, à excepção das conservas de atum, sardinha, cavala e afins). Quando não tenho tempo ara fazer pão, tenho a sorte imensa de viver rodeada de locais onde se vende pão artesanal, com farinhas de qualidade e bem variadas!

  2. Eu partilho esse gosto de fazer em casa, quando tenho festas não há nada que não seja feito por mim (ou pela minha mãe ), desde entradas, pratos principais, sobremesas, bolos de anos…até fiz os bolos de baptizado e comunhão dos meus filhos. Não trabalho na área (sou profissional de saúde),adoro fazer as nossas bolachas, compotas, fruta em calda (preferida dos meus filhos), gelados, molho de tomate (faço para todo o ano e congelo)… só não faço o pão, tenho umas padarias aqui perto com um pão que é uma perdição!!!

  3. Euuuu!!! Adoro fazer as "minhas "coisas, ainda que algumas pessoas não me compreendam, mas não me importo. Adoro comer o que faço, a minha hortinha, as minhas galinhas, os meus ovos caseiros…Sim dá trabalho, é mais fácil ir ao supermercado, mas não dá o prazer de dizer fui eu que fiz, fui eu que criei, fui eu que "inventei", sim , porque na cozinha inventa-se muito, mas dá-me muito gozo e sou (mais) feliz assim. Hoje estou particularmente feliz, porque fiz um bolo de aniversário e está lindo, lindo…

  4. Eu também gosto de fazer as coisas de raiz, quando tenho tempo, que é normalmente ao fim de semana. É uma maneira de relaxar e de testar receitas (que são muitas) e combinações de sabores. Só não faço muitas vezes pão, porque leva um pouco de tempo. Bolos e bolachas são fáceis de fazer, talvez porque opto por receitas simples e rápidas. As compotas também são rápidas, pois uso a pectina e reduzo o açúcar (eles têm aguentado mais do que um ano), embora leve mais tempo a preparar as frutas e a esterilizar os frascos do que a cozedura em si. Tenho pena de não ter muito tempo para cuidar de uma horta a sério, mas consigo um cantinho para as ervas aromáticas e alguns tomateiros. Também cuido das árvores de fruto que tenho no quintal, pois é muito gratificante colher a nossa produção. Sim, dá trabalho, mas tudo tem outro sabor! Sara Oliveira

  5. Olá!

    Eu estou a adorar fazer quase tudo em casa. Comecei há pouco tempo e estou a gostar muito. Não só pelo dinheiro que consigo poupar mas principalmente porque gosto da sensação de estar a comer algo que fui eu que fiz!

    Beijinhos

  6. Concordo plenamente consigo Joana e cada vez mais gosto de cozinhar. E agora que tenho uma neta faço questão que ela coma produtos naturais, sem aditivos. Muito obrigada pela ajuda que as suas receitas me têm dado.
    Beijinhos

  7. Joana mais uma vez um posto fantástico… Só tenho uma questão, quando não é a Joana a por a mão na massa quem o faz por si? A mfp?
    Pergunto isto porque tenho uma faz pouco tempo e ainda não a explorei como deve ser…
    Beijinhos e com grande pena não vou poder dar um salto até à feira do livro.

  8. Eu, claro 😉 E tu és a grande culpada! Sim, pq fui ctg q ganhei o hábito de oferecer os cabazes de natal (desde 2010!) com produtos feitos por mim, desde bolinhos, compotas, licores, bombons e outras guloseimas 🙂 Há já alguns anos q se deixou de comprar bolos de festa(aniversários, natal, …) e outras sobremesas, pois sou eu q faço questão de os cozinhar 🙂 Há alturas em q me rendo às barras de cereais e outras bolachas (mais saudáveis) já prontas do supermercado, pq ñ tenho tanto tempo p fazer em casa e as barras são algo q ñ me correram da melhor maneira, mas tento fazer quase tudo o q como em casa. Ah, e tds os fds temos pão caseiro feito na MFP 🙂 Amanhã vou experimentar o meu novo robot de cozinha, mais uma ajuda para fazer mais umas coisas em casa 🙂 Bjinhos e obrigada pela inspiração 😉

  9. Acho que o maior bem que se recebe ao fazer-se em casa é a saúde.
    Entre algo que podemos fazer sem aditivos, sem conservantes, etc, e algo que contenha isso tudo, sinceramente prefiro fazer em casa algo que vai ajudar a minha saúde.
    Cuidei da minha Mãe durante 20 anos, ela tinha muitos problemas de saúde, e eu fazia o mais que podia em casa. Deu-lhe mais saúde, mais qualidade de vida e também alegria por poder comer mimos caseiros.
    Bem haja, Joana, e beijinhos!
    Susana

  10. Olá Joana,
    adoro vir inspirar-me no seu blog. Ao ler que, por vezes quando está a cozinhar no forno aproveita para fazer um bolo, lembrei-me que já por várias vezes me senti tentada a economizar tempo e energia e fazer um bolo enquanto assava carne. Contudo, sempre tive receio que o sabor da carne passasse para o bolo:( O que diz a sua experiência? Felicidades,
    Ana

  11. Acho que as condições de vida de cada um também por vezes condicionam esta opção.
    Há pessoas com horários de trabalho muito complicados e que não têm qualquer hipótese de fazer mais comida caseira e há pessoas reformadas por exemplo, que por causa das pensões baixas muitas vezes acabam por comprar uma embalagem de sopa pronta de supermercado porque fica mais barato do que comprar os legumes e gastar a luz a cozinhar. Outras nem ligam o forno para não gastarem mais luz do que a necessária.
    Muitas vezes não é uma questão de não se querer fazer em casa, mas sim de não se poder mesmo.
    Beijnhos

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