Um dos lema cá em casa é, como sabem, desperdício zero. Tenho horror em deitar comida fora. Tento sempre aproveitar tudo, seja simplesmente reaquecer e comer em outra refeição, seja transformar numa refeição nova. E mesmo o que pequenas coisas que já não dá para aproveitar são as nossas galinhas que acabam a comer as sobras dos pratos do miúdos e todas as aparas de legumes e frutas…
Neste ultimo mês o tempo esteve muito agradável, e começamos a usar a nossa churrasqueira e a fazer uns almoços e jantares com os amigos. E foi inevitável ficar com sobras. Ainda que nestas refeições se comprem os ingredientes e se divida por todos, quando há sobras de carne grelhada, por exemplo, nunca ninguém quer levar nada e lá acabo eu com as sobras todas. Pois aqui em casa não se deita fora. Se há algumas coisas que são mais fáceis de reaproveitar, a carne de churrasco não é das refeições reaquecidas mais saborosas… O que faço muitas vezes é cortar tudo em pedacinhos, temperar bem com alho picadinho, coentros frescos picados, azeite, vinagre e um pouco de pimenta e envolver bem. Dá um petisco simpático. Mas desta vez apetecia-me algo diferente.
Lembrei-me de aproveitar a carne (entremeada, costeletas e até um restinho de picanha) e os enchidos que sobraram (chouriço, salsicha fresca e até alheira) nuns croquetes. Piquei toda a carne no robot de cozinha. Refoguei uma cebola picada em azeite, juntei a carne e envolvi bem. Juntei 1 ovo batido e umas 2 colheres de sopa de farinha de mandioca (ou pão ralado) até obter uma massa moldável. Depois de arrefecidos moldei os croquetes e passei por mais farinha de mandioca (ou pão ralado). Ainda fiz 20 croquetes não muito pequenos, que congelei logo, dividindo em 2 sacos de congelação.
Depois, para os cozinhar é só fritar em óleo quente ou, como acabei por fazer, colocar no forno quente até ficarem cozinhados. Houve quem os provasse e dissesse que eram os melhores croquetes que comia em muito tempo! Portanto nada se desperdiçou e ainda fiquei com croquetes para 2 refeições ou jantares de petiscos.
Outra das coisas que também deu um excelente petisco foi um pica pau de frango, com sobras de peito de frango de churrasco… Por aqui o peito de frango tem menos adeptos, e quando sobra acaba em recheio de crepes, lasanha de frango, frango à brás, empadas, quiches, fritatas…. Mas desta vez, cortei o peito de frango que sobrou em cubos. Levei uma frigideira ao lume com dentes de alho laminados, azeite e uma folha de louro. Juntei depois o frango e temperei com um pouco de pimenta, um pouco de vinho branco e molho inglês. Deixei cozinhar em lume brando até o molho estar apurado. Juntei depois azeitonas, pickles picadinhos e um pouco de salsa picada. Mais um petisco que ficou saboroso e uma outra maneira de aproveitar as sobras do frango.
Eu sei que não sou a única que faço isto, E mais pessoas têm estes princípios e esta consciência de não desperdiçar comida boa, que custou dinheiro, e que está em perfeitas condições.
Como aproveitam as “sobras” menos convencionais? Algum truque ou dica para sobras?
5 respostas
Olá Joana.
Mais uma vez, adoro as suas sugestões e, embora raramente comente, venho aqui diariamente, para me inspirar.
Um dica que descobri há dias, para sobras de carne assada ou de churrasco: o arroz de carreteiro, um prato gaucho (um pouco em desuso) e que me deu para aproveitar sobras de carne assada, o respectivo molho, um resto de couve coração, cenoura ralada e milho congelado. Os ingredientes são facultativos (até dá para aproveitar molhos que tenha guardado, por exemplo, de bifes de cebolada). Há diversas receitas, basta pesquisar na net: eu fiz um refogado com cebola e alho, juntei-lhe milho congelado que tinha, cenoura ralada, couve cortada em tiras e os restos de carne cortados em pedacinhos e o molho. Deixei apurar e juntei o arroz, temperei com sal e pimenta e foi ganhando o paladar, após o que adicionei a água suficiente para a cozedura. E voilá: uma comida de conforto, que me soube pela vida e que até tive pena de acabar… Quase que dá vontade de arranjar mais sobras… Um beijinho.
Só fiz croquetes uma vez, e usei a famosa receita do Chef Silva e lembro-me que ficaram bons apesar do meu pouco talento para fritar. Tenho ali restos de pá de porco que assei na slowcooker. Vou fazer um empadão e quiçá também uns croquetes. Posso agora usar a mesma receita mas substituindo a farinha de trigo por farinha de mandioca?
Cá tb nada se deita fora e alguns restos e aparas vão p as galinhas, como tb fazes! Mas olha q sei de pessoas (da nossa idade e c filhos) q deixam estragar comida e dps o destino é o caixote do lixo! Acho um verdadeiro atentado e uma falta de consciência q só visto! 🙁 Bjinhos e obrigada pelas dicas, sempre!
Aqui por casa também nada se desperdiça. Considero um crime e tenho muita pena de não poder aproveitar as cascas dos legumes para as galinhas ou para fazer compostagem. Moro num apartamento é mais difícil.
Até as batatas que sobram acabam numa sopa ou numa omelete.
Beijinhos e obrigada pelas dicas óptimas Joana
Sou pelo Não ao Desperdício! Por isso aproveito tudo o que sejam sobras. Até costumo dizer: se não cheira mal, se não tem bichos, é para aproveitar! 🙂
E sobras de carne são para empadão ou croquetes, ainda este fim de semana aproveitei as carnes que sobraram do assado da Páscoa para uns croquetes que ficaram excelentes e que fiz pqla primeira vez no forno. Não volto a fritar croquetes, ficam bem melhor no forno!